A eleição geral de Singapura está agendada para 3 de maio de 2025 e representará uma oportunidade crucial para moldar o futuro político do país, com 97 assentos parlamentares em disputa em 33 distritos. O Partido de Ação Popular (PAP), liderado pelo primeiro-ministro Lawrence Wong, busca conter o avanço da oposição em um contexto marcado por intensas preocupações sobre custo de vida, emprego e a soberania nacional.
Wong alertou que a capacidade de formar um governo forte para enfrentar estes tempos turbulentos está em risco, enquanto analistas apontam que diversos distritos estão se tornando verdadeiros campos de batalha nas eleições, onde a disputa deverá ser acirrada.
Um estudo recente da Blackbox Research revela que a inflação e o acesso a moradias públicas estão entre as principais prioridades dos eleitores. O PAP defende um aumento no imposto sobre bens e serviços (GST) para 9%, uma medida criticada pela oposição que inclui o Partido dos Trabalhadores (WP) e o Progress Singapore Party (PSP). Estes partidos sugerem alternativas, como o uso de reservas nacionais, alegando que o aumento do GST aprofunda as desigualdades em um cenário de alta inflação global.
A campanha eleitoral acentuou os alertas sobre a possível interferência externa nos assuntos de Singapura. O primeiro-ministro Wong enfatizou a importância de um mandato forte para garantir a soberania do país. Analistas associam essa questão às tensões comerciais globais, que incluem tarifas impostas durante a administração Trump, enquanto a oposição argumenta que o governo usa esse tema para silenciar críticas legítimas.
Pesquisadores da Singapore Management University indicam que há distritos cuja disputa é acirrada, especialmente aqueles em que o WP e o PSP estão competindo. O WP, que atualmente ocupa 10 assentos, busca aumentar sua influência ao promover propostas que defendem um maior pluralismo político. Por sua vez, o PSP, liderado por Tan Cheng Bock, está capitalizando sobre insatisfações populares em áreas mais periféricas.
Aproximadamente 90% dos eleitores afirmam priorizar a competência e a qualidade dos representantes locais em relação a questões de nível nacional. O PAP tradicionalmente apela para uma mensagem de "segurança em tempos de crise", mas analistas sugerem que a nova geração de eleitores valoriza a diversidade de vozes no Parlamento. A oposição argumenta que uma maior representatividade fortalecerá a fiscalização das políticas públicas e promoverá uma governança mais eficaz.
Com 66 anos de governo PAP, especialistas preveem que o resultado das eleições será um teste à resiliência do sistema de partido dominante. Uma vitória apertada poderia acelerar reformas para incluir mais opositores em comissões parlamentares, enquanto um mandato robusto permitiria que Wong implementasse ajustes fiscais de longo prazo. A contagem de votos no dia 3 de maio deve se estender até a madrugada, podendo haver um segundo turno em distritos indecisos.