Um apagão elétrico sem precedentes deixou Espanha e Portugal às escuras na manhã desta segunda-feira (28/04), paralisando metrôs, trens e aeroportos, interrompendo serviços bancários e causando caos no trânsito. As autoridades descartaram um ataque cibernético e estão investigando uma "oscilação extrema" na rede elétrica como a possível causa. A normalização completa pode levar até uma semana.
O blecaute começou às 12h38 no horário local (7h38 em Brasília), quando ocorreu uma queda abrupta de 50% no consumo de energia na Espanha. A rede ibérica se desconectou do sistema europeu (ENTSO-E), isolando a península. Em minutos, semáforos apagaram-se em Madri e Lisboa, trens da Renfe pararam e o metrô da capital espanhola foi evacuado.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, declarou emergência nacional após 8 horas de blecaute, enquanto Portugal previa uma normalização em “horas”. A Comissão Europeia classificou o episódio como um dos mais graves da história recente.
A operadora Red Eléctrica atribuiu o colapso a uma "oscilação anômala" na rede, possivelmente relacionada a falhas em subestações ou à geração distribuída. Especialistas alertam que a complexidade da ENTSO-E pode demandar dias para um diagnóstico preciso.
A reintegração à rede europeia exige uma sincronização cuidadosa para evitar novos colapsos. Hospitais e serviços essenciais estão priorizando o uso de geradores, enquanto cidadãos enfrentam filas em mercados e caixas eletrônicos que estão offline.
Este é o primeiro apagão ibérico de magnitude continental desde a criação do mercado único de energia da União Europeia. A dependência de interconexões elétricas expôs vulnerabilidades críticas, levantando sérias preocupações sobre a resiliência da rede elétrica na região.
"A gestão adequada da rede elétrica é essencial para evitar a repetição de episódios tão drásticos no futuro", alertou uma fonte da operadora.