A Rússia declarou neste sábado (26 de abril de 2025) o controle total da região de Kursk, uma movimentação que altera drasticamente o cenário das negociações de paz em curso. O general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior russo, afirmou que a "última vila ocupada pela Ucrânia em Kursk, Gornal, foi libertada", encerrando meses de intensos confrontos. O anúncio foi feito em uma videoconferência com o presidente Vladimir Putin, que classificou a vitória como "condição essencial para avanços em outras frentes".
Entretanto, a Ucrânia contraria as declarações russas, negando um recuo total de suas tropas. O Estado-Maior ucraniano ressaltou em comunicado que suas forças "continuam contendo o avanço russo", evidenciando que resistem firmemente em pontos estratégicos. De acordo com o grupo de monitoramento DeepState, até 21 de abril, cerca de 30 km² da região ainda estavam sob controle ucraniano.
A situação se torna ainda mais complexa com a confirmação do envolvimento de soldados norte-coreanos no apoio às operações russas. Gerasimov mencionou que a presença militar da Coreia do Norte se trata de uma "missão de libertação", marcando a primeira participação direta deles na Europa desde a Guerra Fria. Essa aliança estratégica entre Moscou e Pyongyang levanta preocupações sobre uma possível escalada do conflito.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que a pressão internacional sobre a Rússia aumente, afirmando que as potências globais devem adotar uma proposta de cessar-fogo que garanta uma paz imediata. Essa declaração surge em meio a rumores de que negociações bilaterais estão previstas para ocorrer nas semanas seguintes.
Com o controle russo sobre Kursk, surgem novos desafios e oportunidades nas discussões de paz. Especialistas apontam que a ocupação russa remove um importante obstáculo logístico, mas por outro lado, aprofunda a desconfiança da Ucrânia em relação a qualquer acordo proposto. Zelensky insiste em obter "garantias de segurança", evidenciando os temores de uma nova escalada de hostilidades.
O general americano Christopher Cavoli informou que a Ucrânia ainda mantém uma presença significativa em Belgorod, o que pode ser visto como uma estratégia de defesa e uma possível moeda de troca em futuros acordos. O impasse permanece, com ambos os lados se preparando para novas movimentações no campo de batalha.
Enquanto a Rússia insiste que sua invasão da Ucrânia "fracassou completamente", a situação atual ressalta o quão crítico permanece o conflito, com a comunidade internacional atenta aos desdobramentos e ansiosa por uma resolução pacífica.