A relação entre o Papa Francisco e Donald Trump foi marcada por tensões desde o início da campanha presidencial de Trump em 2016. Desde então, as divergências entre ambos se tornaram um ponto focal, especialmente em temas relacionados à imigração e aos valores cristãos.
Uma das primeiras manifestações de descontentamento do Papa ocorreu quando ele criticou a promessa de Trump de construir um muro entre os Estados Unidos e o México. Em uma declaração impactante, o líder religioso afirmou que "quem só pensa em construir muros, onde quer que estejam, e não em construir pontes, não é cristão". Esta fala ressoou mundialmente, simbolizando a resistência do Papa às políticas de exclusão.
Em maio de 2017, apesar das divergências, o Papa Francisco recebeu Donald Trump no Vaticano para uma audiência que durou cerca de meia hora. Este encontro foi inicialmente descrito como tenso, mas terminou com um alívio aparente nas animosidades, com a presença da primeira-dama Melania Trump e da filha Ivanka Trump, assim como um convite sutil para que o presidente revisasse suas políticas.
Nos últimos meses de sua vida, o Papa Francisco intensificou suas críticas à política imigratória de Trump, enfocando especialmente as deportações em massa. Em uma carta endereçada aos bispos dos Estados Unidos, Francisco expressou sua preocupação com o tratamento dos imigrantes, afirmando que "o ato de deportar pessoas que, em muitos casos, deixaram suas próprias terras por motivos de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição ou grave deterioração do meio ambiente, fere a dignidade de muitos homens e mulheres".
A morte do Papa Francisco surgiu em um contexto em que suas críticas às políticas neoliberais continuam a ressoar no mundo atual. Ele se destacou como defensor de um "capitalismo inclusivo", que promove a dignidade e os direitos das pessoas em situações vulneráveis, desafiando as narrativas predominantes que muitas vezes ignoram esses valores.
A sucessão do Papa e o impacto de suas críticas nas relações internacionais, particularmente com os Estados Unidos, continuam sendo temas discutidos amplamente. O legado de Francisco pode influenciar a forma como as questões sociais e as políticas imigratórias são abordadas no futuro, à medida que novos líderes surgem para ocupar o vácuo deixado por sua ausência.