A Polícia Federal (PF) finalizou uma investigação que aponta a suposta venda de sentenças judiciais por sete desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). As investigações começaram em outubro de 2024 e revelaram um esquema elaborado que facilita a comercialização de decisões jurídicas.
De acordo com o relatório da PF, que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi identificado um complexo esquema de divisão em núcleos entre os magistrados para a realização das vendas. Essa estrutura visava facilitar a operação, o que levanta sérias preocupações sobre a integridade do sistema judiciário do estado.
A operação conhecida como "Ultima Ratio" foi deflagrada em outubro de 2024 e resultou no afastamento de cinco desembargadores: Sérgio Fernandes Martins, Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Bastos Aguiar e Marcos José de Brito Rodrigues. Durante as investigações, foram encontrados mais de R$ 3 milhões em espécie, reforçando as suspeitas de lavagem de dinheiro e de outros delitos.
O afastamento dos desembargadores foi prorrogado recentemente pelo ministro Cristiano Zanin, do STF, em resposta a um pedido da PF. Mesmo com o afastamento, os magistrados continuam a receber seus salários normalmente e estão sob monitoramento com o uso de tornozeleiras eletrônicas.
A PF defende que os indícios coletados são suficientes para a abertura de um processo criminal. A decisão sobre a formalização da denúncia cabe agora à Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisará as evidências apresentadas e determinará as ações legais a serem tomadas.
Esta investigação lança um alerta concernente à corrupção dentro da justiça, evidenciando a necessidade de monitoramento constante das atividades judiciais no Brasil.