O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), tornou-se uma figura central em um debate que ameaça desestabilizar o partido. Com aliados alertando que sua eventual demissão poderia ser vista como a extinção da sigla, essa situação se intensifica no contexto das investigações sobre fraudes no INSS e pressões diretas por sua saída do governo Lula.
Atualmente, o PDT enfrenta um risco concreto de não conseguir atingir a cláusula de barreira nas próximas eleições de 2026, sendo necessário manter ao menos 13 deputados federais para continuar elegível ao fundo partidário. Com 17 representantes, a legenda vê em Lupi, que é ao mesmo tempo ministro e presidente nacional do partido, sua principal âncora política nesta crise.
A tensão é ampliada pela possibilidade de o governo cearense, tradicional reduto do PDT, formalizar um apoio ao PT em 2026. Enquanto o ex-governador Ciro Gomes mantém sua postura oposicionista, alguns setores, especialmente os liderados pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), vêm pressionando por alianças com o petismo.
Os militantes argumentam que Lupi representa a conexão vital entre o PDT e o governo federal, uma presença que é essencial para:
No entanto, a crise recente envolvendo as indicações no INSS coloca essa estratégia em risco. Lupi está sob fogo cruzado no Congresso após a exoneração do presidente do instituto, que ocorreu devido a suspeitas de irregularidades.
Enquanto isso, o ex-ministro Ciro Gomes continua ativo, criticando as políticas econômicas do governo Lula em suas redes sociais. Um de seus vídeos recentes, publicado em 13 de março, atacou o crédito consignado com garantia do FGTS, obtendo grande engajamento e solidificando sua posição como uma voz dissonante dentro do partido.
Analistas sugerem que a possível candidatura de Ciro à presidência em 2026 está intimamente ligada à capacidade do PDT de manter uma estrutura mínima de apoio, condição que pode ser seriamente ameaçada pela atual crise interna.
Diante desse cenário complexo, três possibilidades se desenham para o PDT:
A próxima semana será crucial, com reuniões entre a cúpula do PDT e lideranças do Planalto agendadas para discutir o futuro da relação política e a sobrevivência do partido.