O Reino Unido apresentou à União Europeia um rascunho de declaração de valores compartilhados que destaca o apoio à integridade territorial da Ucrânia, bem como os compromissos climáticos do Acordo de Paris e a promoção do livre comércio. O documento, obtido pela Reuters e agendado para discussão na cúpula UE-Reino Unido em maio, sinaliza uma nova fase nas relações pós-Brexit, propondo uma forma de cooperação estratégica em temas sensíveis, contrastando implicitamente com as políticas do governo dos EUA.
A proposta, descrita como um "preâmbulo geopolítico", é organizada em três pilares principais:
Fontes diplomáticas relatam que o governo de Rishi Sunak estaria disposto a aceitar flexibilizações em acordos de mobilidade juvenil em troca de progressos em áreas como reconhecimento mútuo de qualificações profissionais e facilitação para artistas em turnê.
Apesar do tom colaborativo, especialistas apontam diversos desafios à implementação da proposta. Entre os principais obstáculos estão:
O relatório do Comitê de Negócios do Parlamento britânico, datado de abril de 2025, sugere que um pacto de segurança deve incluir proteções para infraestrutura crítica contra ameaças cibernéticas e ataques híbridos.
A iniciativa britânica se desenrola em um cenário global onde é crescente a pressão por respostas coordenadas contra economias não mercantis que distorcem o comércio. Além disso, há um chamado para alinhar sanções a países que utilizam trabalho forçado em suas cadeias produtivas.
A proposta também destaca a necessidade de uma estratégia comum em relação a tecnologias críticas, incluindo inteligência artificial e energias renováveis. Um dos pontos centrais da declaração é a promoção de "ação conjunta contra subsídios ilegais e transferências tecnológicas forçadas", refletindo preocupações anteriores relacionadas à China.
Diplomatas e membros do governo esperam que a cúpula programada para maio se transforme em um marco decisivo, estabelecendo um:
A adesão do Reino Unido ao esquema de comércio de emissões da UE surge como um potencial "primeiro resultado tangível" desse novo entendimento, conforme a análise do Instituto de Estudos Europeus de Bruxelas.