O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste sábado que seu país respeitará a trégua temporária sugerida pelo presidente russo, Vladimir Putin, para o período da Páscoa. Contudo, Zelensky também fez denúncias graves sobre várias violações do cessar-fogo por parte da Rússia. Essa trégua, que teve início às 18h de sábado e se estenderá até a meia-noite de domingo, representa o mais significativo alívio dos combates desde o início da guerra em fevereiro de 2022.
Na sexta-feira, Putin anunciou uma trégua humanitária para a Páscoa, determinando a suspensão das atividades militares entre as 15h de sábado e as 21h de domingo. O líder russo justificou a medida como uma demonstração de boa vontade, esperando que a Ucrânia também a respeitasse. Entretanto, Putin alertou suas tropas para estarem preparadas contra potenciais violações e provocações por parte da Ucrânia, lembrando que Kiev teria infringido anteriormente um cessar-fogo unilateral de 30 dias.
Apesar da concordância com a trégua, Zelensky afirmou que ataques russos continuaram algumas horas após seu início. Alerta de sirenes antiaéreas foi registrado em diversas localidades, como Kiev e na região leste do país. O presidente ucraniano declarou que a trégua se assemelha a uma "brincadeira com vidas humanas", enfatizando a continuidade das operações militares russas. Ele ressaltou que essas ações resultaram em mortes de civis, inclusive crianças, em dias recentes.
A trégua é anunciada em meio a intensas pressões internacionais para a resolução do conflito, com destaque para a postura dos Estados Unidos. O ex-presidente americano Donald Trump, atuando como mediador informal, sugeriu um cessar-fogo imediato de 30 dias, ameaçando se retirar das negociações se não houver progresso. Zelensky expressou abertura para a extensão do cessar-fogo além da Páscoa, esperando criar condições favoráveis para negociações de paz abordando as raízes da crise.
A manutenção da trégua apresenta desafios iminentes, considerando a desconfiança entre as partes e o histórico de violações anteriores. Moscou quer garantias de que Kiev demonstre um comprometimento sincero em cumprir acordos, enquanto a Ucrânia alega que a Rússia pode estar utilizando a trégua como estratégia para reorganizar suas forças e intensificar os ataques. A tensão no terreno continua alta, com constantes alertas sobre possíveis ataques aéreos e movimentações militares que indicam que a trégua pode ser vulnerável.
Este cessar-fogo de Páscoa representa uma prova crítica para todas as partes envolvidas e também para a comunidade internacional, que observa de perto os desdobramentos do conflito. O sucesso ou fracasso da trégua pode impactar diretamente as negociações futuras e a possibilidade de um acordo mais duradouro entre Rússia e Ucrânia.