Um incêndio em um barco na República Democrática do Congo (RD Congo) resultou na morte de 33 pessoas, uma drástica redução em relação às primeiras estimativas que superavam 140 vítimas fatais. O acidente ocorreu nas proximidades da cidade de Mbandaka, no noroeste do país, onde cerca de 500 passageiros se encontravam a bordo da embarcação HB Kongolo.
Na última terça-feira, o barco, que transportava uma grande quantidade de pessoas, começou a arder após uma passageira acender um fogareiro para cozinhar. A ação provocou uma explosão do combustível armazenado, gerando pânico entre os ocupantes e resultando em mortes, tanto por queimaduras quanto por afogamento, uma vez que a embarcação virou-se no rio Congo.
O prefeito de Mbandaka, Yves Balo, atualizou os números após a confusão no local do incidente, onde inicialmente se falava em 143 mortos. O balanço oficial agora confirma que 29 corpos já foram enterrados e quatro permanecem no necrotério, além de 195 sobreviventes, dos quais 22 estão sendo tratados no hospital de Wangata por queimaduras.
Esse evento trágico acontece em um cenário já problemático de acidentes fluviais na RD Congo. Somente na semana anterior, um naufrágio na mesma região resultou em 72 mortes, incluindo estudantes que retornavam para casa durante as festividades de Páscoa. Outros incidentes semelhantes, com dezenas de mortos, foram registrados nos últimos meses, evidenciando a frequência desses desastres em uma região que depende fortemente do transporte fluvial.
A precariedade das embarcações, muitas delas antigas e superlotadas, e o transporte inadequado de combustíveis aumentam a probabilidade de acidentes. A utilização de equipamentos como fogareiros a bordo, vista como uma prática comum, contribui para o surgimento de incêndios e explosões. A falta de infraestrutura e de regulamentos efetivos no transporte fluvial são fatores que se somam à alta taxa de mortalidade nesses acidentes.
O governo brasileiro expressou suas condolências às vítimas e suas famílias, além de manifestar a importância de medidas efetivas para prevenir futuros acidentes fluviais, enfatizando a relevância do transporte nas comunidades locais. As equipes de resgate continuam seus trabalhos para encontrar desaparecidos e prestar ajuda aos feridos, enquanto as autoridades locais se empenham em apurar as causas do incêndio.
Este incidente trágico destaca a necessidade urgente de melhorias na segurança e na infraestrutura do transporte fluvial na RD Congo, a fim de evitar que novas vidas sejam ceifadas por acidentes que poderiam ser prevenidos.