O campo de deslocados de Zamzam, localizado em Darfur, foi palco de um ataque brutal na última semana, quando as Forças de Apoio Rápido (RSF) invadiram a área, resultando na morte de pelo menos 300 pessoas e na fuga de aproximadamente 400.000 deslocados. Sobreviventes descreveram uma cena aterrorizante de execuções e incêndios criminosos, enquanto as RSF negaram as acusações, afirmando que o campo era utilizado como base por forças leais ao exército sudanês.
O ataque ao campo de Zamzam ocorre em meio a um conflito de dois anos que envolve as RSF e o exército sudanês. Antes mesmo deste ataque, a situação humanitária naquele local já era alarmante, marcada pela escassez de recursos essenciais como alimentos, água e abrigo. Najlaa Ahmed, uma das sobreviventes, compartilhou sua experiência aterradora: "Quando as RSF invadiram, vi casas sendo saqueadas e incendiadas, enquanto projéteis caíam e drones sobrevoavam a área". Durante a fuga, Najlaa perdeu contato com a maior parte de sua família.
As consequências do ataque são devastadoras. A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) registrou 154 feridos que buscavam atendimento em Tawila, a maioria apresentando ferimentos por arma de fogo, incluindo uma criança de apenas sete meses. A falta de recursos básicos é alarmante, com muitos refugiados se acomodando ao ar livre em condições desumanas. Ahmed Mohamed, um refugiado que chegou recentemente a Tawila, relatou ter sido vítima de roubo por soldados ao longo do caminho e, agora, se encontra dormindo no chão.
Embora as autoridades das RSF tenham negado as alegações de atrocidades cometidas durante o ataque, múltiplas testemunhas e várias organizações humanitárias denunciam o ataque como uma grave violação dos direitos humanos. A Organização das Nações Unidas (ONU) e diversas entidades internacionais condenaram a violência inaceitável e exigiram investigações completas sobre os eventos.
A situação no campo de Zamzam continua a se deteriorar, e a necessidade de assistência humanitária está se tornando cada vez mais urgente. Os relatos de sobreviventes, que são apenas uma fração do que ocorreu, estão sendo compartilhados amplamente, e iniciativas estão sendo feitas para aumentar a conscientização sobre a crise humanitária em curso. Assista a relatos de sobreviventes em vídeos disponíveis no YouTube para entender melhor a gravidade da situação.
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