O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou a troca no comando da Polícia Militar nesta quinta-feira, 17 de abril, nomeando o coronel José Augusto Coutinho como novo comandante-geral da instituição. A decisão ocorre em um contexto alarmante, marcado pelo aumento de 65% nas mortes por policiais militares em 2024, preocupando a população e elevando a percepção de insegurança.
A substituição foi feita em um momento delicado para a segurança pública. Coutinho assume o lugar do coronel Cássio Araújo de Freitas, que liderou a corporação desde janeiro de 2023 e agora seguirá para a reserva. A oficialização foi publicada no Diário Oficial do Estado e acompanhada por elogios do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ao trabalho realizado pelo antecessor.
Com 33 anos de carreira e doutorado em Ciências Policiais, José Augusto Coutinho já ocupou cargos importantes como o de comando da ROTA e do Policiamento de Choque. Desde fevereiro de 2024, ele atuava como subcomandante-geral da PM-SP.
O secretário Guilherme Derrite enfatizou em nota os 'melhores índices de produtividade da história' sob o comando anterior, enquanto o governador Tarcísio agradeceu a Araújo em um post no Instagram, reiterando a necessidade de combater o crime organizado.
Especialistas destacam que, embora os roubos tenham apresentado uma queda histórica em 2024, ocorreu um aumento significativo em crimes digitais, particularmente os realizados por meio do sistema Pix durante assaltos. A escalada de crimes violentos em regiões como a zona oeste de São Paulo pressiona a necessidade de intervenções urgentes.
Com a nova gestão, a corporação deve implementar importantes mudanças:
A transição acontece pouco menos de um ano após uma reformulação no alto escalão da PM, que resultou no remanejamento de 34 coronéis, em um momento analisado sob críticas relacionadas à interferência política.
Indicador | 2023 | 2024 | Variação |
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Mortes por PMs | 460 | 760 | +65% |
Roubos (estado) | - | - | Queda histórica |
Preocupação pública | - | 1º lugar | Pesquisa Quaest |
A permanência de Guilherme Derrite na Secretaria de Segurança sugere uma continuidade na política de endurecimento penal, enquanto a escolha de Coutinho pode refletir uma busca por um equilíbrio entre eficiência operacional e o controle de danos institucionais. O maior desafio será conciliar a pressão por resultados imediatos com a necessidade de reformas estruturais na maior polícia militar do país.
(Atualizado em 17/04/2025 às 14h com dados oficiais do DOE-SP)