Michele Severino, uma mulher de 41 anos, viveu um momento trágico e inusitado ao sofrer uma grave reação alérgica após colocar as cinzas de sua mãe na boca. O incidente ocorreu durante um ritual de despedida em Ilhabela, São Paulo, onde a família seguiu o desejo da falecida de ser cremada e ter suas cinzas lançadas ao mar.
A orientadora profissional, natural de Mogi das Cruzes, decidiu colocar as cinzas na boca e cheirar o material, pois a aparência das cinzas, esbranquiçadas e com grãos grossos, a deixou insegura sobre sua autenticidade. Minutos depois de realizar essa ação, Michele começou a sentir os efeitos adversos, que incluíam falta de ar, vermelhidão na pele e ardência nos olhos. A situação levou-a rapidamente ao hospital, onde recebeu tratamento adequado com corticoides e antialérgicos. Curiosamente, seu filho também apresentou sintomas semelhantes após contato com as cinzas.
De acordo com o médico toxicologista Alvaro Pulchinelli, as cinzas resultantes da cremação são compostas por elementos como cálcio, fósforo, sódio e potássio, presentes em níveis concentrados que podem desencadear reações adversas ao serem inalatórias ou ingeridas. Embora as cinzas sejam consideradas inertes ao contato com a pele, o especialista adverte que não é seguro cheirá-las ou prová-las, uma prática que pode levar a complicações sérias.
A gravidade da reação alérgica levou Michele a buscar cuidados médicos urgentes. Após o incidente, ela ficou com a pele vermelha e áspera por 15 dias, além de enfrentar dificuldades respiratórias. Este trágico episódio ressalta a necessidade de cuidados rigorosos ao manusear as cinzas de cremação e a adoção de práticas seguras para evitar eventos semelhantes no futuro. Apesar do ocorrido, a cremação se mantém como um método higiênico e seguro, desde que sejam seguidas as diretrizes de manuseio apropriadas.