Dormir separado pode ser a chave para melhorar a qualidade do sono e, consequentemente, a vida sexual e o relacionamento do casal. O termo "divórcio do sono" refere-se à decisão de casais dormirem em camas ou quartos separados para garantir um sono mais tranquilo e reparador. Essa prática, que já é adotada por cerca de 18% dos casais globalmente, tem se tornado uma alternativa para quem enfrenta dificuldades para dormir junto, seja por ronco, insônia, movimentos noturnos ou diferentes horários de sono.
Ao contrário do que o nome sugere, o "divórcio do sono" não implica em distanciamento emocional ou crise no relacionamento. Pelo contrário, é uma estratégia para preservar a saúde do casal, melhorando o descanso e, por consequência, a convivência e a vida sexual.
Especialistas em sono destacam que a qualidade do sono influencia diretamente o humor, a empatia, a comunicação e a capacidade de lidar com conflitos no relacionamento. A privação do sono está associada à irritabilidade, redução da empatia e aumento das tensões entre os parceiros. Dormir separado pode reduzir o estresse e a irritabilidade causados por noites mal dormidas, permitindo que cada um acorde mais descansado e com maior disposição, fatores essenciais para uma vida sexual satisfatória e um relacionamento saudável.
Pesquisas indicam que 28% dos casais que adotam o "divórcio do sono" relatam uma melhora na vida sexual, e 31% perceberam uma melhoria no relacionamento em geral.
Mulheres, especialmente aquelas na menopausa, enfrentam desafios adicionais para dormir bem devido a mudanças hormonais, fogachos e alterações no humor. Dormir separado pode ser uma solução prática para minimizar as interrupções noturnas e permitir que cada parceiro cuide melhor de sua higiene do sono, ajustando temperatura, iluminação e rotina de descanso conforme suas necessidades.
A psicóloga Ana Streit alerta que o sono separado deve ser uma escolha consciente e comunicada, para evitar distanciamento emocional. É fundamental que o casal mantenha uma comunicação aberta e honesta, estabeleça momentos de conexão e preserve a intimidade fora do quarto.
Antes de optar pelo divórcio do sono, é necessário descartar distúrbios do sono que possam ser tratados, como a apneia obstrutiva, que pode trazer riscos graves à saúde se não diagnosticada. Além disso, o casal deve estar atento para que a prática não se transforme em um afastamento emocional. O equilíbrio entre descanso individual e conexão afetiva é essencial para que o "divórcio do sono" seja benéfico.