O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou um pente-fino nos cargos indicados por parlamentares na Esplanada dos Ministérios, com o objetivo de fortalecer a articulação política. A iniciativa, marcada para maio de 2025, visa revisar as indicações para alinhá-las com a pauta governamental, que abrange questões importantes como a reformulação da tabela do Imposto de Renda e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.
Caberá uma atenção especial aos partidos PP e União Brasil, que ocupam cargos na Esplanada mas, conforme a avaliação do governo, têm evidenciado uma alta taxa de infidelidade nas votações em apoio ao governo. Em contraste, deputados de partidos do centrão, que têm se mostrado mais leais nas votações, não possuem indicações na máquina federal, o que levanta questionamentos sobre a distribuição de cargos.
Em um movimento estratégico, o governo tem pressionado deputados de sua base que assinaram um pedido de urgência para o projeto de anistia. Das 262 assinaturas coletadas, 146 pertencem a deputados de partidos que atualmente gerenciam ministérios sob a administração Lula, como MDB, PP, PSD, Republicanos e União Brasil. A articulação política busca que esses parlamentares não apenas mantenham suas assinaturas, mas também evitem novos passos que possam favorecer a proposta de anistia.
A proposta de anistia, advogada pela oposição, não encontra consenso entre os líderes partidários e enfrenta forte resistência por parte do governo. O presidente da Câmara, Hugo Motta, tem defendido uma discussão ampla sobre a pauta entre os líderes, sem abordar diretamente a questão da anistia. Essa discussão se torna ainda mais complexa, pois Motta está atualmente fora do país e sua volta, prevista para a próxima semana, pode afetar o andamento da pauta legislativa.
Com a realização desse pente-fino, o governo Lula pretende não só organizar suas alianças, mas também optimizar o funcionamento da esplanada, possibilitando um controle mais eficaz das propostas a serem votadas no Congresso. A situação política continua a evoluir, e o cenário das próximas semanas determinará a capacidade do governo de manobrar na articulação política em meio a um Congresso complexo e dinâmico.