Em uma tentativa audaciosa de mobilizar apoio político, o Partido Liberal (PL) lançou uma campanha em Brasília, nesta terça-feira, 8 de abril, para promover o projeto de lei que busca a anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A estratégia inclui abordagens diretas no Aeroporto Juscelino Kubitschek e nos corredores da Câmara dos Deputados, visando coletar assinaturas para um requerimento de urgência que permitirá a votação do projeto diretamente no plenário, sem passar pelas tradicionais comissões.
Atualmente, o PL enfrenta o desafio de obter mais 64 assinaturas para atingir o mínimo necessário de 257 votos no Congresso. Este projeto de lei, que se propõe a anistiar manifestantes, caminhoneiros e empresários que estiveram envolvidos em eventos entre as eleições de outubro de 2022 e a eventual entrada em vigor da proposta, foi originalmente apresentado pelo ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) e sofreu modificações significativas sob a relatoria de Rodrigo Valadares (União-SE) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Para garantir que a votação ocorra, o PL ameaça obstruir a pauta tanto do plenário quanto das comissões da Câmara, mantendo esta pressão até que o requerimento de urgência seja discutido. Além disso, a mobilização de apoio se estende a eventos públicos, como o ato recente na Avenida Paulista em São Paulo, que teve a participação de Jair Bolsonaro e outros políticos da oposição, fortalecendo ainda mais a base de apoio ao projeto.
No entanto, a proposta não está isenta de controvérsias. Líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) expressam preocupações sobre uma potencial crise institucional que poderia surgir com o Supremo Tribunal Federal (STF) caso a anistia avance. Outras siglas também demandam cautela e garantias antes de prosseguir com o debate, evidenciando a polarização que o tema gera no atual cenário político brasileiro.
A próxima reunião de líderes, agendada para quinta-feira, 10 de abril, é considerada um momento decisivo que poderá moldar os desdobramentos do projeto de anistia. As divergências entre os partidos e a pressão social em torno da matéria prometem intensificar as discussões e complicar o processo legislativo nas próximas semanas.