Um tribunal de apelações federal nos Estados Unidos bloqueou, por meio de uma decisão crucial, o ex-presidente Donald Trump de efetuar a remoção de membros democratas de dois conselhos trabalhistas federais. A decisão foi proferida na segunda-feira, 7 de abril de 2025, pelo Tribunal de Apelações do Circuito do Distrito de Columbia, que, com uma votação de 7 a 4, reverteu uma deliberação anterior de um painel de três juízes.
Essa nova determinação reafirma a validade das decisões de dois juízes que defenderam leis federais que proíbem o presidente de demitir membros desses conselhos trabalhistas sem justificativa adequada. A medida tem como objetivo preservar a independência institucional dos conselhos que regulam as relações trabalhistas em todo o país.
No centro da controvérsia está Donald Trump, que tentou remover membros democratas de órgãos como o National Labor Relations Board e o Merit Systems Protection Board, incluindo figuras proeminentes como Gwynne Wilcox e Cathy Harris. A capacidade do presidente de destacar ou desclassificar estes membros, que possuem mandatos fixos, é um ponto central na discussão legal.
A decisão judicial não só embargou a intenção de Trump como também reafirmou a estrutura legal que garante que os conselhos trabalhistas funcionem livre de pressões políticas. A legislação vigente impede que o presidente remova seus integrantes sem comprovação de justa causa, um elemento essencial para a manutenção de um sistema equitativo.
O impacto político dessa decisão é profundo, podendo afetar equações de poder dentro dos conselhos trabalhistas e a habilidade do presidente de moldar a política laboral nos EUA. A independência desses conselhos é imperativa para garantir que suas decisões sejam fundamentadas em legislação e práticas corretas, sem interferência de interesses partidários.
Surpreendentemente, nenhuma declaração formal foi emitida pela Casa Branca ou pelos representantes legais de Gwynne Wilcox e Cathy Harris em relação à decisão. Essa ausência de resposta sugere que as partes estão considerando cuidadosamente suas opções, possivelmente para próximas ações legais.
A decisão do tribunal não é o fim da disputa. Caso Trump ou seus aliados optem por contestar o veredicto em instâncias superiores, como a Suprema Corte americana, a situação poderia se arrastar, aumentando a incerteza sobre o futuro operacional destes conselhos trabalhistas. A luta pela preservação da independência das agências públicas ainda está longe de ser resolvida.