O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul está prestes a tomar uma decisão histórica sobre o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, em um veredicto que pode ter profundas repercussões políticas no país. Marcada para o dia 4 de abril, a deliberação do tribunal pode resultar na remoção de Yoon do cargo, caso pelo menos seis dos oito juízes votem a favor do impeachment.
A ação de impeachment contra Yoon ocorreu após uma tentativa controversa de impor lei marcial em 3 de dezembro de 2023. Essa manobra foi considerada um ataque direto à ordem civil e resultou em uma votação pela Assembleia Nacional em 14 de dezembro que culminou na suspensão do presidente. A pressão sobre Yoon aumentou significativamente, culminando em protestos maciços em Seul, onde centenas de milhares de cidadãos expressaram suas opiniões, tanto em apoio quanto em oposição ao presidente.
A tentativa de Yoon de implementar a lei marcial dividiu a opinião pública e política da Coreia do Sul. Além da indignação generalizada entre os legisladores, que se opuseram ao movimento, a situação gerou uma atmosfera de instabilidade nas instituições governamentais. Mesmo com a presença de tropas durante a votação no parlamento, a Assembleia Nacional se manteve firme em sua decisão de impeachment, sinalizando um forte descontentamento contra o presidente.
A crise política não afeta apenas a estrutura governamental, mas também exerce um peso significativo sobre a economia sul-coreana. O continuo limbo de liderança tem suscitado incertezas no mercado, contribuindo para a instabilidade econômica em um momento já crítico. Além disso, tarifas impostas pelos Estados Unidos adicionaram uma camada extra de pressão sobre a economia, exacerbando as tensões internas. Protestos emergiram nas ruas de Seul, refletindo a polarização na sociedade, com manifestantes tanto apoiando quanto condemnando as ações de Yoon.
O futuro político da Coreia do Sul pode ser drasticamente moldado pela decisão do tribunal. Caso o impeachment de Yoon seja confirmado, novas eleições presidenciais devem ser convocadas dentro de 60 dias, levando à possibilidade de um novo líder emergindo em um cenário onde o favorito atual, Lee Jae-myung, pode enfrentar desafios legais que dificultariam sua candidatura. As implicações dessa situação são profundas, pois o desfecho da votação do tribunal pode tanto aliviar quanto agravar as divisões sociopolíticas que têm se intensificado durante este período conturbado.