Em um ato simbólico de solidariedade, Mianmar parou suas atividades às 12h51 (hora local) do dia 1º de abril de 2025, respeitando um minuto de silêncio em memória das vítimas do devastador terremoto de 7,7 de magnitude, que atingiu o país na última sexta-feira, 28 de março. As cifras de tragédia são alarmantes: até o momento, 2.719 vidas foram perdidas, 4.521 pessoas ficaram feridas e 441 ainda estão desaparecidas.
O impacto desse terremoto, um dos mais fortes já registrados na região, não se limitou apenas a Mianmar; a Tailândia também sentiu as consequências, com um saldo trágico de ao menos 20 mortos. As consequências do desastre foram exacerbadas por um cenário de instabilidade política e econômica, que já provocava uma crise humanitária e deslocara mais de 3,5 milhões de indivíduos devido à guerra civil em curso desde o golpe militar de 2021.
A magnitude do terremoto destruiu infraestruturas essenciais, incluindo pontes, rodovias e aeroportos, complicando os esforços de socorro e ajudando a criar um ambiente caótico. Com o sistema de saúde já debilitado, a necessidade de assistência médica e humanitária é crítica. Muitas áreas, especialmente próximas ao epicentro, relatam uma grave falta de suporte governamental, abandonando os sobreviventes em uma situação precária.
Enquanto a esperança é mantida viva, as equipes de resgate lutam contra o tempo para encontrar possíveis sobreviventes. Destaque para duas histórias inspiradoras: em Naypyidaw, uma mulher de 63 anos foi resgatada após ficar 91 horas sob escombros, enquanto em Mandalay, outra mulher foi salva após 60 horas. Os esforços para localizar os desaparecidos continuam em Mianmar e na Tailândia, onde também há relatos do colapso de um arranha-céu em construção em Bangkok.
A Organização das Nações Unidas se mobilizou rapidamente, enviando suprimentos para cerca de 23.000 sobreviventes que precisam desesperadamente de ajuda. A solidariedade internacional se manifesta com o envio de materiais e equipes de resgate de países como Índia, China, Tailândia, Malásia, Cingapura e Rússia. Esta assistência representa um esforço conjunto para reconstruir as comunidades devastadas e apoiar a recuperação dos sobreviventes.
Mianmar entrou em um período de luto que se estenderá até o dia 6 de abril, com bandeiras a meio mastro por todo o país. Este é um momento de reflexão não apenas pela tragédia, mas também pela necessidade urgente de resposta, assistência e reconstrução para um futuro melhor.