Na terça-feira, 1º de abril de 2025, a China deu início a uma série de exercícios militares ao redor de Taiwan, incorporando forças navais, aéreas e de foguetes. Com o objetivo de simular um bloqueio à ilha, que Pequim considera parte de seu território, as manobras foram apresentadas como uma "advertência firme e dissuasão enérgica" contra os separatistas taiwaneses. Em resposta, o governo de Taiwan mobilizou suas forças armadas, detectando 19 embarcações militares chinesas e ativando seu sistema de defesa terrestre.
Nos últimos anos, as tensões entre a China e Taiwan cresceram significativamente, especialmente após a posse do presidente taiwanês Lai Ching-te em maio de 2024. Com uma postura mais firme em defesa da soberania da ilha, Lai tem causado atritos com Pequim, que vê com preocupação o fortalecimento do sentimento independentista. Recentemente, o presidente disponibilizou declarações em que classifica a China como "uma força estrangeira hostil" e propôs medidas para combater a espionagem e infiltração vindas de Pequim.
Durante os exercícios, as forças de Pequim estão focadas em patrulhas de prontidão para combate, tanto marítimo quanto aéreo, incluindo ataques a alvos tanto no mar quanto em terra. O bloqueio de áreas estratégicas e rotas marítimas também está no centro das manobras, com tropas chinesas se aproximando de Taiwan a partir de múltiplas direções. Essas atividades visam testar as capacidades de operações conjuntas das forças armadas chinesas, enquanto a Guarda Costeira também realiza patrulhas nas águas em torno da ilha, interceptando embarcações consideradas "injustificadas".
Perante a crescente presença militar chinesa, o governo de Taiwan tomou medidas decisivas, mobilizando seus aviões e navios de guerra, além de ativar seu sistema de mísseis de defesa terrestre. O Ministério da Defesa de Taiwan identificou a presença de 19 embarcações militares chinesas e está sob vigilância constante do porta-aviões Shandong. A presidência de Taiwan condenou a escalada de atividades militares por parte da China, ressaltando que a demonstração de força não é o caminho para sociedades modernas.
As manobras militares de Pequim são amplamente interpretadas como um aviso contra o movimento independentista em Taiwan. Segundo a porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan, Zhu Fenglian, o desejo de independência coloca o povo taiwanês em uma trajetória perigosa, potencialmente levando a um conflito. As tensões entre os dois lados seguem aumentando, com a China insistindo em que Taiwan é parte de seu território, enquanto Taipei refuta essa perspectiva, evidenciando um cenário geopolítico cada vez mais volátil.