Em dezembro de 2024, a Coreia do Sul recebeu a classificação de "sociedade superenvelhecida", com 20% de sua população, ou 10,2 milhões de cidadãos, acima dos 65 anos, em um total de 51,22 milhões. Este alerta demográfico trouxe à tona um debate intenso sobre a definição de "idoso" no país e provocou discussões acerca do aumento da idade de aposentadoria, proposta para ser elevada a 75 anos. Os principais envolvidos neste debate incluem o governo, a Associação de Idosos da Coreia e especialistas em demografia, com as discussões se espalhando por todo o território sul-coreano desde o final de 2024.
As causas desse envelhecimento acelerado são preocupantes e refletem uma crise demográfica que resulta de diversos fatores. A taxa de natalidade na Coreia do Sul caiu para alarmantes 0,72 em 2023, uma das mais baixas do mundo, sendo acompanhada por um significativo aumento na expectativa de vida. Essa realidade é agravada por uma cultura de trabalho exigente e pela estagnação salarial, levando muitos jovens a adiar decisões de casamento e a reprodução, seja devido ao alto custo de vida ou à pressão do mercado de trabalho.
O impacto social e econômico do envelhecimento da população sul-coreana é profundo. A escassez de jovens para substituir a mão de obra que se aproxima da aposentadoria pode levar a uma crise econômica, afetando negativamente diferentes setores. Em 2022, 37,3% da população de idosos acima de 65 anos estava ativa no mercado de trabalho, um número que ressalta a urgência de repensar as políticas de aposentadoria e os programas de apoio a idosos. Essa alta participação dos idosos indica que muitos continuam trabalhando, mas a sustentabilidade desse cenário é questionável no longo prazo.
Visando enfrentar esses desafios, a Associação de Idosos da Coreia propôs um aumento gradual na idade de aposentadoria para 75 anos. Essa proposta tem como meta principal estabilizar o sistema de bem-estar social em um país onde a população idosa cresce de maneira exponencial. Além disso, o governo está explorando inovações e estratégias adicionais, incluindo a possibilidade de criação de um novo ministério que seria dedicado a lidar com a crise demográfica. Essas iniciativas visam não apenas enfrentar a questão atual, mas também preparar o país para desafios futuros relacionados ao envelhecimento populacional.