O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que o Brasil pode impor tarifas recíprocas aos Estados Unidos como resposta às recentes sanções de 25% sobre o aço brasileiro, decretadas pelo governo de Donald Trump. A declaração foi proferida durante uma entrevista em Tóquio, no Japão, onde Lula criticou a política protecionista dos EUA, afirmando que Trump "não é o xerife do mundo".
A nova tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiros, além de outras restrições a produtos como cobre e madeira serrada, entrou em vigor em 12 de março. Essas medidas são interpretadas como uma tentativa de proteger a indústria americana, mas vêm gerando preocupação entre os parceiros comerciais dos EUA, especialmente no Brasil.
No intuito de contestar as tarifas, Lula anunciou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC). "Estamos prontos para agir", afirmou o presidente. Se a contestação na OMC não obtiver resultados favoráveis, o governo brasileiro planeja aplicar a lei da reciprocidade, o que poderia resultar em sobretaxas a produtos americanos importados pelo Brasil.
A política tarifária de Trump foi criticada por vários especialistas em economia, que alertam para o aumento dos preços e a inflação nos Estados Unidos. Além disso, as tarifas podem pressionar as taxas de juros, criando um efeito cascata negativo na economia americana. Lula ressaltou que essas práticas protecionistas prejudicam o livre comércio e o multilateralismo, que são essenciais para uma economia global saudável.
Durante sua visita ao Japão, Lula também buscou impulsionar as relações comerciais entre o Brasil e o Japão, discutindo acordos nas áreas de comércio, indústria e meio ambiente. O presidente defendeu que uma política comercial justa e multilateral é fundamental para o desenvolvimento econômico, enfatizando a importância da cooperação entre nações como um meio de enfrentar desafios globais.
À medida que as tensões comerciais entre o Brasil e os EUA se intensificam, a situação exigirá vigilância e habilidade diplomática. O cenário futuro dependerá não apenas das ações do Brasil perante a OMC, mas também de como os Estados Unidos responderão a essas medidas e ao impacto global que elas poderão ter.