O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fará uma visita à Hungria entre os dias 2 e 6 de abril, desafiando um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra na Gaza. Este é o segundo deslocamento internacional de Netanyahu desde que os mandados foram emitidos, em novembro de 2023. A visita ocorre a convite do Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orban, que já declarou publicamente sua desaprovação ao movimento do TPI, chamando-o de "vergonhoso".
A visita de Netanyahu surge em um momento de significativa atenção internacional. O TPI emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, devido a alegações de crimes contra a humanidade e crimes de guerra, incluindo o uso da fome como arma na luta contra o Hamas na Gaza. Apesar de ser signatária do Tratado de Roma, a Hungria se recusa a acatar a decisão do TPI, citando razões constitucionais para a não implementação da convenção associada.
A relação entre a Hungria e a União Europeia se encontra deteriorada devido a desavenças sobre direitos humanos e padrões democráticos. O apoio de Orban a Netanyahu reflete uma aliança mais ampla entre os dois líderes em questões de soberania e direito internacional. Netanyahu expressou sua gratidão pela "clareza moral" de Orban em estender o convite, apesar do apelo do TPI para sua prisão.
A visita de Netanyahu ressalta as complexas dinâmicas da diplomacia internacional e os desafios enfrentados pelo TPI na aplicação de suas decisões. Os mandados do TPI têm encontrado resistência de vários países, incluindo a Hungria, que optou por não cumprir as determinações do tribunal. Esta postura evidencia o debate contínuo sobre o papel dos tribunais internacionais na abordagem de alegações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.