Em um momento crucial para a política brasileira, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão lançou duras críticas sobre a condução do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete denunciados por tentativas de golpe de Estado. Em entrevista à CNN, Mourão questionou a imparcialidade do tribunal ao permitir que um único juiz exerça múltiplas funções – como relator, investigador, vítima e julgador – em um mesmo caso.
O julgamento, que começou em 25 de março de 2025, não apenas envolve Bolsonaro, mas também várias figuras importantes de seu governo, como ex-ministros e generais. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncias contra os acusados que, se aceitas, podem resultar em condenações por crimes graves, incluindo a tentativa de golpe. A ministra Cármen Lúcia, em seu voto, demonstrou forte apoio para que os denunciados se tornem réus, e a maioria dos ministros do STF tendem a seguir essa direção, refletindo a gravidade das acusações.
Mourão expressou suas preocupações com a atuação do juiz Alexandre de Moraes, relator do caso, enfatizando que a acumulação de funções pode comprometer a imparcialidade do julgamento. Ele argumentou que a figura do juiz deve ser completamente neutra, sem interferências nas investigações ou nas acusações, o que é fundamental para um julgamento justo e transparente.
O contexto em que o julgamento transcorre é marcado por uma polarização política crescente, onde a confiança nas instituições é posta à prova. O STF persistiu no julgamento, desconsiderando contestações das defesas, e isso mostra a seriedade das acusações que os réus enfrentam e a pressão popular por justiça.
As possíveis condenações podem causar turbulências significativas no cenário político brasileiro. Uma eventual transformação dos acusados em réus não afetaria apenas a trajetória política de Bolsonaro, mas poderia também repercutir severamente sobre os demais envolvidos no caso. Mourão, ao levantar suas preocupações, se posiciona como uma voz crítica dentro do espectro político que uma vez defendeu, abrindo espaço para diálogos sobre a condução do processo judicial.
O julgamento de Jair Bolsonaro e seus aliados é um divisor de águas na política do Brasil, levantando questões preponderantes sobre a imparcialidade do sistema judicial e a integridade da democracia no país. Com a crescente inquietação sobre o procedimento do STF e suas potenciais consequências, a sociedade brasileira que observa ansiosamente o desenrolar desse processo pode ver um novo capítulo se formando na história política do Brasil.