Em uma decisão histórica, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Essa votação unânime, ocorrida em 26 de março de 2025, marca um momento crucial na política brasileira, já que Bolsonaro se torna o primeiro ex-presidente eleito a enfrentar um julgamento por crimes contra a ordem democrática estabelecida pela Constituição de 1988.
A acusação, apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, revela que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras figuras políticas importantes. O ex-presidente, por sua vez, nega as acusações e alega que está sendo alvo de uma perseguição política.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou em sua denúncia que o ex-presidente estava ciente de um plano denominado "punhal verde amarelo", que visava a eliminação de figuras políticas proeminentes. Além disso, foi mencionada uma minuta de decreto, conhecida como "minuta do golpe", que fazia parte de um intento maior para realizar um golpe de Estado no Brasil.
A decisão da Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, foi firmemente unânime ao aceitar a denúncia. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, enfatizou que não há dúvidas quanto à existência de evidências suficientes para justificar a acusação contra Bolsonaro e seus aliados. No curso do processo, além dos crimes de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito, Bolsonaro enfrentará acusações adicionais, como formação de organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A decisão do STF gera repercussões significativas na política nacional, estabelecendo precedentes para a responsabilização de crimes que ameaçam a democracia. Apesar de Bolsonaro e seus aliados negarem as acusações, alegando serem vítimas de perseguição política, a ação do STF tem um papel crucial na preservação das instituições democráticas e na necessidade de punir atos que desafiam a ordem constitucional.
Com a determinação do STF, o processo agora avança para a fase de instrução processual, na qual serão coletadas evidências e ouvidos depoimentos para elucidar as responsabilidades dos réus. Prevê-se que o desenrolar deste julgamento possa ser um ponto de inflexão na luta contra a violência política e na salvaguarda da democracia no Brasil.