O Gabão se prepara para um evento político significativo, com as eleições presidenciais agendadas para 12 de abril de 2025. Este será o primeiro pleito após o golpe de Estado que destituiu a dinastia Bongo em agosto de 2023, trazendo à tona um novo cenário político no país. Entre os principais candidatos está o Brigadier General Brice Oligui Nguema, líder do golpe e figura central na política gabonesa, e Alain Claude Bilie By Nze, ex-primeiro-ministro.
A escolha de Oligui para concorrer às eleições é amplamente interpretada como uma tentativa de legitimar o novo regime militar, marcado por suas ações desde a derrubada do governo anterior. A situação é ainda mais complexa devido a recentes reformas constitucionais implementadas no Gabão. Uma nova constituição, aprovada em referendo, instituiu um mandato presidencial de sete anos e eliminou a função de primeiro-ministro, medidas que levantam questionamentos sobre a real intenção de democratização do processo.
A responsabilidade pela organização das eleições foi transferida do comitê eleitoral tradicional para o Ministério do Interior, o que reforça os temores sobre a transparência e a imparcialidade do pleito. A oposição critica abertamente a condução do processo eleitoral, alegando que ele carece de liberdade e é manipulado em favor do regime.
A Igreja Católica no Gabão também se posicionou, apelando a candidatos e líderes políticos que priorizem o bem-estar da população e adotem uma liderança servidora. Embora Oligui tenha obtido popularidade em alguns setores do país, sua administração é vista por muitos críticos como autoritária, o que adiciona mais tensão ao ambiente político.
Com as eleições se aproximando, o futuro político do Gabão está em jogo. A habilidade da oposição em desafiar a candidatura de Oligui poderá ser um fator crítico para a legitimidade desse processo democrático. Enquanto isso, a comunidade internacional mantém um olhar atento sobre os desdobramentos no país, na expectativa de que uma possível transição política possa resultar em um governo mais estável e representativo para os gaboneses.