Em meio à guerra na Ucrânia, a França está retomando a produção de pólvora para atender à crescente demanda por munições. A escassez de pólvora na Europa tem se tornado um desafio significativo para o esforço de defesa da Ucrânia contra a invasão russa, impactando diretamente a capacidade de produzir projéteis de 155 mm utilizados pelas forças ucranianas.
Esse cenário de crise revelou a fragilidade das cadeias de suprimentos europeias, especialmente em relação a materiais críticos. A interrupção das entregas de algodão pela China, importante ingrediente na produção de pólvora, forçou a União Europeia a buscar alternativas viáveis. O presidente francês, Emmanuel Macron, ressaltou essa necessidade durante uma reunião em Paris com aliados da Ucrânia.
Para amenizar a escassez, a França anunciou a construção de uma nova linha de produção de pólvora na cidade de Bergerac. Essa iniciativa tem como objetivo suprir tanto as necessidades da União Europeia quanto as da Ucrânia. Além disso, a colaboração entre França e Alemanha está em expansão, com a KNDS, um grupo de defesa, estabelecendo uma subsidiária na Ucrânia destinada à fabricação de projéteis de 155 mm e peças de reposição.
A retomada da produção de pólvora na França reflete uma mudança significativa em sua economia de guerra, evidenciando a necessidade de garantir a soberania e uma resposta rápida a crises. Essa reestruturação econômica não se restringe apenas ao setor de defesa; é uma resposta abrangente às novas realidades geopolíticas. Por outro lado, a Ucrânia também investiga a possibilidade de cultivar os materiais necessários para a produção de pólvora, embora o sucesso desses esforços ainda permaneça incerto.