Uma recente decisão do Supremo Tribunal de Israel colocou a coalizão do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu em uma posição delicada. A determinação judicial de acabar com a isenção de homens ultra-ortodoxos do serviço militar provocou um intenso debate e oposição por parte dos partidos ultra-ortodoxos, aliados essenciais no governo de Netanyahu. Este desdobramento ocorre em um momento crítico, à medida que Israel enfrenta desafios de segurança, incluindo o conflito contínuo em Gaza.
A isenção dos homens ultra-ortodoxos do serviço militar tem sido uma questão controversa em Israel por décadas. Historicamente, esses indivíduos foram dispensados do serviço obrigatório, que é compulsório para a maioria dos cidadãos judeus israelenses. A decisão do Supremo Tribunal agora obriga esses homens a se alistar, o que poderia levar à saída dos partidos ultra-ortodoxos da coalizão de Netanyahu, resultando em uma possível desestabilização do governo.
A oposição dos partidos ultra-ortodoxos à decisão do tribunal é feroz. Eles ameaçam abandonar a coalizão se a isenção não for restaurada, o que poderia conduzir a novas eleições. Netanyahu enfrenta um desafio considerável em equilibrar a necessidade de respeitar a decisão judicial com a manutenção da estabilidade política. A atual coalizão conta com uma maioria estreita no parlamento, tornando-a vulnerável a mudanças nas alianças políticas.
A decisão judicial traz implicações práticas significativas. Com a guerra em Gaza intensificando a demanda por pessoal militar, a inclusão dos ultra-ortodoxos no serviço é vista por muitos como uma necessidade estratégica. No entanto, a comunidade ultra-ortodoxa argumenta que seus estudos religiosos são sua contribuição para o Estado e que o serviço militar pode prejudicar suas práticas religiosas.
A resistência ao governo de Netanyahu sobre essa questão é intensa. Líderes como Avigdor Liberman criticam a ideia de restaurar as isenções, alegando que todos devem contribuir para a segurança nacional, especialmente em tempos de guerra. Por outro lado, Netanyahu prometeu apresentar um projeto de lei que permitiria novas isenções, apesar dos desafios políticos e jurídicos que isso pode acarretar.
A situação política em Israel continua incerta, com o futuro da coalizão de Netanyahu em uma balança. Enquanto o governo busca uma solução legislativa, aumenta a pressão para cumprir a decisão judicial. A longo prazo, a integração dos ultra-ortodoxos no serviço militar pode marcar um novo capítulo na igualdade cívica em Israel, mas por ora, a crise política permanece em cenário de desdobramentos.