O ato político realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, destinado a mobilizar apoio popular para a anistia dos condenados pelo ataque às sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023, revelou-se ineficaz, com baixa adesão. Essa escassez de público não somente refletiu a falta de apoio popular, como também comprometeu a tramitação do projeto de anistia no Congresso Nacional. Neste artigo, vamos analisar como esse evento impactou a política brasileira e quais são as perspectivas futuras para a anistia.
A proposta de anistia para os que participaram dos eventos de 8 de janeiro de 2023 tem sido uma questão essencial para a oposição, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O projeto, que atualmente tramita na Câmara dos Deputados, tem como objetivo a concessão de perdão para crimes políticos e eleitorais que ocorreram durante manifestações entre outubro de 2022 e a entrada em vigor da nova lei. Apesar de o projeto não favorecer diretamente Bolsonaro, que se encontra inelegível até 2030, a intenção é que o perdão possa ser estendido a ele, possibilitando sua elegibilidade para as eleições de 2026.
O ato em Copacabana, que contou com a presença de Bolsonaro e de outros líderes políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não conseguiu atrair a multidão esperada. A escassez de apoio popular foi interpretada como um indício de que a anistia não possuía o suporte necessário para se tornar uma prioridade na agenda do Congresso. Ademais, o Centrão – bloco político essencial para a aprovação de projetos legislativos – sugeriu que Bolsonaro deveria concentrar esforços na unificação da direita visando as eleições de 2026, ao invés de insistir na questão da anistia.
A tramitação do projeto de anistia está paralisada na Câmara dos Deputados desde outubro de 2022. A oposição defende essa proposta como fundamental para a "pacificação nacional", enquanto a base do governo Lula se opõe, alegando que os atos criminosos não devem ficar sem punição. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, projeta apresentar um pedido de urgência para que o projeto avance, mas se depara com resistência do presidente da Câmara, Hugo Motta, que busca consenso em relação à pauta das sessões.
A falta de apoio popular demonstrada no evento de Copacabana e a divisão existente no Congresso indicam que a aprovação da anistia enfrentará obstáculos significativos. Enquanto Bolsonaro e seus aliados continuam a promover a proposta, a polarização política no Brasil sugere que o caminho para a anistia será longo e desafiador.