Uma operação coordenada pelas polícias Civil e Militar está em andamento no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com foco em locais associados a Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, que comanda o Terceiro Comando Puro (TCP). O objetivo principal desta ação é a apreensão de armas e drogas em endereços que servem a atividades criminosas, incluindo um imóvel luxuoso e uma academia.
Durante a operação, houve troca de tiros, o que provocou a interrupção do transporte na área. Entretanto, a situação já foi normalizada, permitindo que as atividades cotidianas voltem ao normal. Segundo as autoridades, a operação se destaca pela busca de desmontar um importante ponto de poder do tráfico na comunidade.
Uma das metas é a demolição do que foi descrito como um "resort" de luxo, construído de maneira irregular em uma área de proteção ambiental. O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, comentou sobre a operação: "(Estamos) destruindo esse símbolo de poder que ele ostenta na comunidade onde ele atua. Isso não pode ser um símbolo de ostentação do crime organizado. Vamos jogar tudo abaixo. Terrorista tem que ser tratado como terrorista".
Além do resort, os agentes também têm como alvo uma academia de musculação usada pela facção criminosa como ponto de encontro. Os equipamentos encontram-se sendo removidos para a Cidade da Polícia, localizada no Jacarezinho, onde, segundo autorização judicial, serão utilizados pelos policiais. O delegado Felipe Curi explicou a situação: "A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) solicitou a um juiz e o juiz deferiu a busca e apreensão. E esse equipamento o juiz deu o perdimento em favor da Polícia Civil. Agora vamos colocar esse equipamento, de ponta, na Cidade da Polícia à disposição dos policiais".
A investigação conduzida pela DRE aponta que os endereços alvos da operação foram construídos e são utilizados por Peixão para atividades ilegais, incluindo o armazenamento de armas e drogas. Um dos locais, situado em Parada de Lucas, é um imóvel de alto padrão utilizado como esconderijo e base operacional do criminoso.
A ação da polícia também visa coletar provas que possam fortalecer investigações relacionadas à associação criminosa, além de apreender materiais ilícitos, como armas, equipamentos eletrônicos e documentos que ajudem a desvendar crimes na região.
Além da DRE, a operação conta com a participação de equipes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Comando de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar.
No início da operação, a circulação de trens foi afetada devido ao confronto. O ramal de Saracuruna teve sua operação restrita, com interdição na Avenida Brasil realizada pela polícia. Apesar do ocorrido, a circulação ao longo da via expressa já foi normalizada. A SuperVia confirmou que a circulação no ramal de Saracuruna está restrita apenas nos trechos Saracuruna X Duque de Caxias e Penha X Central do Brasil. A concessionária afirmou: "A SuperVia lamenta o transtorno, mas a medida é importante para segurança de passageiros e colaboradores".
A interdição na Avenida Brasil ocorreu por volta das 5h, resultando no fechamento dos dois sentidos da via expressa. Apesar dos ajustes, a circulação do BRT Transbrasil já foi restabelecida, permitindo a normalização do trânsito na região.