No último sábado (8), um ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, resultou na morte de dois palestinos, conforme relataram fontes médicas. Este ataque ocorre em um momento em que mediadores estão trabalhando para prolongar o cessar-fogo de 42 dias que foi acordado em janeiro entre Israel e o grupo Hamas.
De acordo com o exército israelense, a operação tinha como alvo um drone que teria cruzado a fronteira de Israel para Gaza e, ao mesmo tempo, visava 'vários suspeitos' que tentaram coletar o aparelho, em uma ação que foi vista como uma tentativa frustrada de contrabando. O ataque aéreo ocorre um dia após uma ofensiva semelhante, na qual um drone israelense resultou na morte de mais duas pessoas no território palestino. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que esse ataque foi direcionado a um grupo de supostos militantes que estavam operando nas proximidades de suas tropas no norte de Gaza e que estavam em vias de instalar um dispositivo explosivo.
Esses novos bombardeios são realizados enquanto uma delegação do Hamas participa de conversações sobre um cessar-fogo em Cairo, com a mediação de autoridades egípcias. Elas vêm colaborando com o Catar na facilitação da entrega de propostas, com a esperança de avançar para a próxima fase do acordo de paz que pode finalmente resultar no término do conflito. Em um comunicado, o Hamas indicou que há “indicadores positivos” sobre o início das negociações para uma segunda fase, embora sem fornecer muitos detalhes sobre as discussões em andamento. O porta-voz do grupo, Abdel-Latif Al-Qanoua, afirmou: “Estamos prontos para avançar nas negociações da segunda fase de maneira a atender às exigências do nosso povo e pedimos um aumento dos esforços para ajudar a Faixa de Gaza, assim como a suspensão do bloqueio que aflige nossa população sofredora.”
O cessar-fogo em questão, que entrou em vigor em janeiro, estipula que os 59 reféns ainda em poder do Hamas devem ser libertados durante uma segunda fase, na qual os termos finais que visam finalizar a guerra serão discutidos. Recentemente, a primeira fase da trégua foi encerrada, levando Israel a implementar um bloqueio total sobre os bens que entram em Gaza. Diante disso, Israel fez exigências para que o Hamas libere os reféns antes que as negociações possam ser iniciadas para pôr fim ao conflito. Desde 19 de janeiro, os confrontos haviam sido suspensos, e o Hamas já havia libertado 33 reféns israelenses e cinco tailandeses em troca de aproximadamente dois mil prisioneiros e detidos palestinos. As autoridades israelenses expressaram preocupação, acreditando que menos da metade dos 59 reféns restantes ainda vive. Desde o início dos ataques israelenses, estima-se que mais de 48 mil palestinos tenham perdido a vida, segundo dados das autoridades de saúde em Gaza. Essa situação levou ao deslocamento quase total da população de Gaza e resultou em graves acusações de genocídio e crimes de guerra, que Israel nega veementemente. O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel, causando cerca de 1.200 mortes israelenses e resultando na captura de 251 reféns, de acordo com estimativas israelenses.