A Ucrânia decidiu aceitar uma proposta dos Estados Unidos que envolve o acesso a minerais estratégicos. Este acordo, que está previsto para ser assinado na próxima sexta-feira (28/02), surge como uma estratégia para garantir a continuidade da ajuda militar oferecida por Washington em meio ao conflito armado na região, que começou com a invasão da Rússia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no contexto de uma mudança na política americana em relação à Ucrânia, solicitou que Kiev fornecesse acesso a suas reservas de terras raras. O objetivo é compensar os bilhões de dólares investidos em ajuda militar durante o governo de Joe Biden. A expectativa do governo ucraniano é que essa aliança resulte em garantias adicionais de segurança por parte dos EUA.
Fontes próximas ao acordo afirmam que os dois países planejam criar um Fundo de Investimento para Reconstrução. Esse fundo terá a função de coletar e reinvestir receita oriunda de recursos ucranianos, abrangendo minerais, hidrocarbonetos e outras fontes exploráveis. A Ucrânia se comprometeria a destinar 50% das receitas geradas a partir dos recursos estatais, que incluem minerais, petróleo e gás. Embora não haja garantias explícitas de segurança, os EUA prometem um apoio financeiro que visa o desenvolvimento de uma Ucrânia “estável e economicamente próspera”.
Uma fonte, citada pela AFP, revelou que o acordo contém uma cláusula geral indicando que os Estados Unidos investirão em uma Ucrânia que se mantenha soberana e em constante busca por paz. As autoridades locais estão atualmente revisando os detalhes finais da proposta.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, está programado para visitar Washington nesta sexta-feira, onde pode formalizar a assinatura do acordo. Essa informação foi confirmada por Donald Trump em um pronunciamento feito na Casa Branca. "Eu ouvi que ele virá na sexta-feira", declarou. "Se ele quiser assinar o acordo junto comigo, isso não será um problema. Isso é um grande negócio", acrescentou Trump, referindo-se à importância do pacto.
Em situações anteriores, Zelenski se mostrou relutante em atender completamente às exigências de Trump, que incluíam a entrega de 500 bilhões de dólares em minerais valiosos, muito acima do valor destinado à ajuda militar dos EUA, que totaliza cerca de 60 bilhões de dólares desde a invasão russa. A fonte ucraniana afirmou que Washington retirou a cifra dos 500 bilhões, ajustando os termos do acordo para algo mais viável. “Eles removeram todas as cláusulas que não nos convieram”, explicou a fonte. Trump também comentou sobre o potencial econômico do acordo, sugerindo que poderia ser algo avaliado em trilhões de dólares, mas não especificou quais benefícios Kiev receberia em troca. "Biden estava jogando dinheiro fora como se fosse algodão doce", disse Trump, enfatizando sua intenção de recuperar os investimentos feitos.
Em relação à situação, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, optou por não comentar sobre os termos do acordo proposto entre Kiev e Washington. "Sobre a possível assinatura do acordo, teremos que esperar para ver. Não houve declaração oficial sobre isso ainda", declarou, referindo-se à visita de Zelenski aos EUA. Peskov também mencionou que existem preparativos em curso para conversas entre especialistas da Rússia e dos Estados Unidos, com o objetivo de retomar discussões que se seguiram a uma reunião de alto escalão e a ligações anteriores entre Trump e Putin. Além disso, ele indicou que os dois presidentes poderiam manter contato novamente, se necessário, mas não há planos específicos definidos.