Em um recente depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid relatou que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um pedido expresso para monitorar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Essa informação veio à tona após o ministro retirar o sigilo do depoimento do tenente-coronel, revelado em uma audiência de delação premiada.
A delação de Cid revelou que a motivação por trás do velho monitoramento do ministro tinha o intuito de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, o então presidente eleito nas eleições do ano passado. Em seus relatos, Cid afirmou que este pedido de monitoramento foi direto do ex-presidente, conforme sua declaração: "O último monitoramento, a gente faz aquela brincadeira, né, professora tal, foi... essa aí foi o presidente que pediu".
As investigações realizadas pela Polícia Federal desvendam que Moraes estava sendo alvo de vigilância por assessores presidenciais como parte de um plano considerado golpista, além de vislumbrar uma tentativa de manter Bolsonaro no poder após sua derrota eleitoral. Esta informação tem levado a Procuradoria-Geral da República (PGR) a denunciar Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Braga Netto e outras 32 pessoas sob a acusação de uma conspiração para desestabilizar o novo governo.
No contexto de seu depoimento, Cid fez menção ao ex-ministro Braga Netto, que estaria diretamente envolvido na administração financeira de recursos que eram repassados de forma discreta. Em um momento mais delicado do depoimento, Cid relatou que Bolsonaro mostrava um grande nervosismo, especialmente ao suspeitar que Moraes estava se encontrando com o então vice-presidente Hamilton Mourão. Cid disse: "A informação é que o senhor iria se encontrar ou com o general Mourão ou com alguém do governo dele. E o presidente estava meio nervoso com isso aí."
Alexandre de Moraes, que estava presente durante o depoimento, chamou a atenção de Cid ao contestar se não seria mais prático consultar a agenda de Mourão para ter informações mais precisas. Em resposta, Cid informou que isso também tinha sido feito: "O presidente recebia muita informação não confirmada, muitos informes pelo celular dele. E pelo perfil dele, já ficava nervoso, irritado e mandava verificar".
Além disso, o tenente-coronel afirmou que não tinha conhecimento de outras razões que justificassem o monitoramento, uma vez que o próprio Bolsonaro não havia informado sobre qualquer justificativa distinta. As informações sobre os movimentos de Moraes foram repassadas a Cid pelo ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, que também teve um papel significativo nesse contexto. Cid mencionou que nas correspondências trocadas entre eles, Moraes era referenciado por um codinome inusitado: "professora".
O desdobramento deste caso evidencia a intensidade da crise política que o Brasil vem enfrentando e os caminhos que levaram até as acusações formais agora apresentadas. A tensão gerada entre Bolsonaro e o STF, especialmente com figuras como Moraes, permanece uma questão delicada e que continuará a ser debatida pelo público e pela mídia nos próximos dias.
Este cenário político complexo traz à tona debates sobre ética, legalidade e os limites do poder, suscita questões que são de interesse coletivo e que exigem vigilância contínua por parte da sociedade e das instituições democráticas. É fundamental que esses desdobramentos sejam acompanhados de perto, para garantir que a justiça e a verdade prevaleçam.
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