Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia estão reunidas hoje, na Arábia Saudita, para explorar possibilidades de resolver o conflito na Ucrânia. Este encontro ocorre apenas alguns dias após uma conversa telefônica entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, onde ambos concordaram em iniciar as negociações para encerrar a guerra de forma ''imediata''.
A ausência de representantes ucranianos tem gerado forte descontentamento do presidente Volodymyr Zelensky e de líderes europeus, que alegam que a discussão não pode ser considerada válida se Kiev não estiver envolvida.
É possível ignorar a Ucrânia nas negociações? Durante a reunião, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, reiterou a posição de Moscou, que se opõe à adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). De acordo com a agência Reuters, ela mencionou que não basta apenas rejeitar a entrada de Kiev na aliança militar. ''Uma recusa em aceitar Kiev na OTAN não é suficiente. A aliança deve repudiar as promessas de Bucareste de 2008'', destacou, referindo-se aos compromissos assumidos na cúpula da Romênia, que também incluiu promessas para a adesão da Geórgia, sem definir um cronograma.
Este encontro representa uma mudança significativa na estratégia de política externa dos Estados Unidos, que, desde a invasão russa em 2022, vinha tentando isolar diplomaticamente a Rússia. Agora, Washington volta sua atenção para o diálogo, buscando assim um desfecho para a guerra. Além de discutir o futuro da Ucrânia, o encontro também aborda a reaproximação entre as duas potências. O Kremlin espera que essas conversas avancem e possibilitem um encontro entre Trump e Putin.
No lado americano, a delegação é liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, que conta com a presença do enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e do assessor de segurança nacional, Mike Waltz. A Rússia é representada pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e pelo assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov.
Na segunda-feira (17), Zelensky confirmou que não participará das negociações entre Washington e Moscou, afirmando que não concordará com acordos que sejam discutidos sem a presença da Ucrânia. O presidente ucraniano deve viajar para a Arábia Saudita na quarta-feira (19) para um compromisso previamente agendado antes do anúncio deste encontro bilateral.
A ligação recente entre Trump e Putin surpreendeu a Europa, marcando uma mudança na abordagem dos EUA. O continente agora se mobiliza para não ficar excluído das tratativas, que podem ser decisivas para o futuro do conflito.