O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, emergiu como um símbolo da resistência ocidental contra a autocracia russa. Sua presença tem forçado a Europa a adotar uma postura moral frente ao Kremlin, que ao longo dos anos tentou dividir e corromper a Europa. Contudo, em uma recente cúpula em Kiev, Zelensky encontrou-se com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em vez do esperado encontro pessoal com o presidente norte-americano, Donald Trump. Esse encontro foi desejado por Zelensky após Trump indicar a possibilidade de uma reunião com ele.
Zelensky expressou sua frustração ao afirmar: "Os dias de apoio garantido dos EUA à Europa acabaram" e ainda destacou que a “Ucrânia não aceitará acordos feitos por nossas costas”. Ele também declarou que a sobrevivência da Ucrânia sem o apoio dos Estados Unidos é de "baixa chance". O que se seguiu foi uma proposta de natureza financeira que Zelensky se negou a assinar.
Trump estava, na verdade, mantendo uma conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, em um momento oportuno após a libertação de um prisioneiro americano pela Rússia, o que trouxe à tona uma abordagem mais favorável ao Kremlin.
O presidente ucraniano agora se vê em uma posição de desvantagem, especialmente quando comparado a Putin, que tem sido o foco das atenções de Trump. Em meio a um cenário tenso, onde o Kremlin tem um histórico de explorar fraquezas e dividir alianças ocidentais, Zelensky teve que absorver a dura realidade de que Trump o colocou em segundo plano em suas prioridades.
Embora não se conheçam os detalhes da conversa entre Trump e Putin, é claro que o líder russo busca aproveitar qualquer oportunidade para corroer a unidade ocidental. Trump, que se congratulou com a Rússia e expressou desejos de paz, deixou Zelensky em uma situação precária.
As esperanças de Zelensky quanto a um acordo de paz revertido às suas expectativas foram frustradas pelo novo secretário de Defesa dos EUA, Peter Hegseth, que declarou que a Ucrânia não se tornará membro da OTAN e que o país não retornará às suas fronteiras anteriores a 2014. Além disso, Hegseth assegurou que qualquer força de paz entre Rússia e Ucrânia não seria composta por tropas americanas.
Essas informações se alinham com a posição de que a Ucrânia não só falhou em retomar o território durante a sua contraofensiva de 2023, mas também deve se preparar para um longo período de instabilidade. Os líderes ocidentais começam a ficar cientes de que não podem depender dos Estados Unidos para uma segurança plena, e isso se torna evidente nas negociações.
No cerne do debate, Zelensky exigiu que os EUA se envolvessem na manutenção da paz, enfatizando que garantias de segurança sem o apoio americano seriam “inúteis”. Contudo, fazem-se notar o crescente rascunho de um plano de paz que se assemelha ao que o general reformado, Keith Kellogg, propôs anteriormente: uma força de manutenção da paz composta por europeus, onde a Ucrânia abriria mão da filiação à OTAN e um cessar-fogo seria implementado.
Além disso, a questão dos minerais de terras raras foi levantada em Kiev, embora métodos semelhantes tenham falhado no Afeganistão em relação a interesses explotatórios. A abordagem de Trump pareceada em resolver a questão da Ucrânia com uma estratégia mais pragmática, mas isso levanta preocupações sobre as intenções americanas e o verdadeiro comprometimento com a Ucrânia.
Enquanto Trump centraliza suas atenções em Putin, Zelensky se vê em uma encruzilhada. Trump e sua equipe estão supostamente articulando um plano de ação que se preocupa mais com interesses de longo prazo do que com as necessidades imediatas da Ucrânia. Para o presidente ucraniano, como ficou evidente, as prioridades não são favoráveis, e ele poderá capitalizar menos apoio em momentos críticos. O cenário se complica ainda mais à medida que as relações entre EUA e Rússia se tornam cada vez mais íntimas, enquanto a Ucrânia aguarda desesperadamente por um reconhecimento e compromisso genuíno em sua luta.
Essa situação evidencia um cenário geopolítico complexo que requer astúcia e paciência de todos os lados envolvidos. Para Zelensky, o caminho à frente passa não apenas por alianças dinâmicas, mas por uma maior compreensão das reais intenções daqueles que conduzem as negociações ao mais alto nível.
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