Durante uma reunião com empresários promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, expressou sua visão sobre as incertezas relacionadas às políticas dos Estados Unidos e seus potenciais efeitos no Brasil. Ele destacou que, apesar das tensões comerciais, o Brasil poderia ser menos afetado pelas medidas tarifárias impostas pelo governo Trump em comparação ao México.
Galípolo explicou que a conexão econômica do Brasil com os Estados Unidos é menor do que a do México, o que poderia resultar em um impacto relativamente leve no Brasil. Ele observou que o México, que se beneficiou nos últimos anos do conceito de nearshoring, poderia sofrer mais com tarifas mais altas. O presidente do Banco Central afirmou: “Perceba que há uma sutileza aqui, eu não estou dizendo que com as tarifas é melhor para o Brasil. Com certeza, não há dúvida de que em qualquer condição do comércio global é melhor não ter uma guerra tarifária. O que eu estou colocando aqui simplesmente é que no relativo, ou seja, comparativamente, talvez para o Brasil seja menos prejudicial do que, por exemplo, para o México”.
Além de abordar as tarifas, Galípolo também destacou a desarmonia na política monetária global, resultante da dissipação de choques econômicos da pandemia. Ele comentou que diferentes países têm seguido ciclos variados de políticas monetárias, o que pode gerar novos desafios para as economias em um contexto de globalização interconectada.
A análise de Galípolo sugere que, embora as tarifas impostas pelo governo Trump sejam indesejáveis, suas consequências podem ser mais severas para o México, que tem uma dependência econômica maior dos Estados Unidos. O presidente do BC enfatizou que a situação atual deve ser monitorada de perto, dado o ambiente econômico volátil e as incertezas que permeiam o cenário internacional.
Enquanto as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos continuam a evoluir, experts e analistas estão de olho em como os desdobramentos das políticas tarifárias e econômicas poderão estruturar o futuro das economias latino-americanas. Com as recentes mudanças nas dinâmicas de comércio, é fundamental que o Brasil busque estratégias para diversificar suas relações comerciais e mitigar os efeitos adversos de tarifas surpresas no mercado global.
A capacidade de adaptação e resiliência da economia brasileira pode ser um fator crucial para enfrentar os desafios impostos por políticas comerciais externas. Por fim, a troca de informações e diálogos entre os setores público e privado será essencial para navegar nas complexidades do comércio internacional e fomentar o crescimento econômico no Brasil.