O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, citando o Brasil como um motivo significativo. Em um decreto assinado no dia 10, a Casa Branca comunicou que as importações brasileiras de aço provenientes da China cresceram de forma “tremenda”, mais do que triplicando nos últimos anos. De acordo com Trump, isso teve um impacto negativo na indústria americana.
Trump destacou que “as importações brasileiras de países com níveis significativos de sobrecapacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição deste acordo de cotas”. Essa justificativa se baseia no entendimento de que países como o Brasil, que anteriormente possuíam cotas de exportação de aço sem tarifas, passaram a adquirir um volume maior de produtos chineses, prejudicando assim a produção nacional.
Este aumento nas compras de aço da China levou a uma maior concorrência para a indústria metalúrgica nos Estados Unidos, resultando em dificuldades para a produção interna. O decreto afirma ainda que “as exportações de aço da China aumentaram recentemente, ultrapassando 114 milhões de toneladas métricas até novembro de 2024, deslocando a produção de outros países e forçando-os a exportar volumes maiores de artigos de aço e artigos derivados de aço para os Estados Unidos”.
Atualmente, o governo brasileiro está trabalhando em uma resposta para as medidas anunciadas por Trump. No entanto, o decreto também abre possibilidade para a eliminação do regime de cotas que atualmente beneficia siderúrgicas brasileiras, permitindo a exportação de determinados volumes sem a incidência de tarifas. Se essa mudança for efetivada, as empresas brasileiras enfrentariam uma taxa de 25% sobre seus produtos, o que poderia comprometer sua competitividade no mercado norte-americano.
Os produtos semiacabados de aço estão entre os principais itens exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, servindo como matéria-prima para diversos produtos, como chapas e tubos. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, perdendo apenas para o Canadá.
Segundo Lucas Ferraz, coordenador do Centro de Negócios Globais da FGV e ex-secretário do Comércio Exterior no Brasil, as tarifas propostas por Trump podem ter um impacto significativo sobre o setor siderúrgico brasileiro. No entanto, ele alertou que uma retaliação do Brasil poderia resultar em perdas ainda maiores do que as que seriam enfrentadas pelos Estados Unidos.
Além do Brasil, o México e o Canadá também foram citados pela Casa Branca como países cuja importação de aço aumentou nos últimos anos. Trump mencionou que há sinais de que o México estaria atuando como um canal para que o aço chinês contornasse as barreiras tarifárias impostas pelos EUA.
A Argentina também foi mencionada no decreto. Trump criticou a falta de transparência nas informações comerciais do país, afirmando que “com base nas estatísticas comerciais oficiais divulgadas pela Argentina, é difícil avaliar os níveis de aço sendo importados de lugares como China e Rússia, e outras fontes potenciais de capacidade excedente”.
A medida anunciada por Trump levanta não apenas questões sobre a competitividade dos produtos nacionais, mas também a possibilidade de tensões comerciais entre os países envolvidos. À medida que o Brasil se prepara para responder a essas tarifas, o impacto sobre o comércio bilateral e as relações internacionais poderá ser significativo.
É crucial que as empresas e o governo estejam atentos às implicações dessas tarifas e considerem estratégias para minimizar os efeitos negativos. Para os leitores, a interação é importante: o que você acha das tarifas impostas? Será que o Brasil deve retaliar? Comente abaixo e compartilhe sua opinião!