Em meio a intensos debates, o Projeto de Lei nº 4/2025, que visa reformar o Código Civil brasileiro, enfrenta críticas severas. Apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco, o projeto altera 1.197 artigos, representando uma das maiores mudanças na legislação civil desde sua criação em 1916. A reforma provoca perguntas cruciais sobre quem são os principais envolvidos, o que está em jogo e por que essa iniciativa é tão polêmica.
A reforma do Código Civil é uma iniciativa ambiciosa que busca modernizar a legislação civil brasileira e adaptá-la às realidades do século 21. A proposta é baseada em jurisprudências consolidadas do STJ e STF, além de enunciados das Jornadas de Direito Civil e posições doutrinárias sedimentadas.
No entanto, especialistas criticam o uso de uma linguagem indeterminada, que poderia transferir o poder de legislar para os juízes, criando um déficit democrático. Essa crítica é um dos pilares das contestações em relação ao projeto, com advogados e juristas alertando para o risco de insegurança jurídica.
Muitos veem a reforma como um retrocesso civil e democrático. Além do problema da linguagem, preocupações com a desjudicialização de procedimentos e o estímulo ao empreendedorismo surgem como questões inquietantes. Essas mudanças podem afetar a segurança jurídica de diversos setores, evidenciando a necessidade de um debate mais profundo e reflexivo sobre as implicações das alterações propostas.
As mudanças propostas no Código Civil podem ter um impacto profundo na sociedade brasileira, desde relações familiares até contratos comerciais. A promessa de maior autonomia de vontade e a facilitação do ambiente de negócios são aspectos destacados, mas há uma preocupação crescente de que tais mudanças possam ser realizadas à custa da clareza e da estabilidade jurídica. Esse dilema gera um debate acirrado entre os defensores e críticos da reforma.
Com a formalização do projeto como PL 4/2025, cabe agora ao Congresso Nacional analisar, discutir e deliberar sobre as propostas. A expectativa é que haja um debate amplo e participativo, visando garantir que as mudanças trazidas pela reforma sejam verdadeiramente benéficas para toda a sociedade, promovendo a justiça e a equidade nas relações civis.