O cardeal Giovanni Angelo Becciu, envolvido em um escândalo religioso, anunciou sua desistência de participar do conclave programado para eleger o próximo papa, marcado para o dia 7 de maio. A decisão foi oficializada em 28 e 29 de abril de 2025, quando Becciu declarou que iria "obedecer" à decisão da Igreja após ser proibido devido a sua condenação por peculato.
Becciu, um destacado membro do clero italiano, já ocupou posições influentes no Vaticano, incluindo assessor do papa Francisco. Sua carreira, no entanto, foi abalada por uma operação imobiliária polêmica em Londres que culminou em sua condenação e na renúncia aos direitos de cardeal em 2020. Assim, sua reputação foi profundamente prejudicada.
Ainda que tenha tentado ser incluído na lista oficial de participantes do conclave, a pressão sobre Becciu aumentou para que ele aceitasse o veto. Em comunicado, ele enfatizou seu desejo de contribuir para o bem da Igreja e manter a serenidade durante o processo eleitoral, afirmando: "Tendo no coração o bem da Igreja, decidi obedecer como sempre fiz".
A desistência do cardeal Becciu evita uma potencial controvérsia durante o conclave, onde a figura de um condenado poderia desviar a atenção das discussões sobre a futura liderança da Igreja Católica. A operação imobiliária pela qual Becciu foi condenado envolveu gastos excessivos, estimados em mais de US$ 200 milhões, em um investimento que deveria ter sido direcionado a ações de caridade.
A exclusão de Becciu dos processos internos da Igreja não só impacta sua carreira, mas também gera reflexões sobre a necessidade de maior transparência e integridade dentro do Vaticano. A situação evidencia tensões existentes que podem impactar as relações internas dos clérigos e a confiança pública na instituição.
Com o conclave se aproximando, as atenções agora se voltam para os candidatos que possuem um histórico limpo e são considerados aptos a liderar a Igreja. A decisão de Becciu reflete um momento de introspecção para muitos dentro da Igreja, levando à necessidade de renovar a confiança e restabelecer a credibilidade da liderança religiosa.