Militares israelenses concluíram a retirada de uma área da Faixa de Gaza conhecida como corredor Netzarim, que divide as regiões norte e sul do enclave. Esta informação foi divulgada pelo Hamas, que celebrou o movimento como uma vitória, acrescentando que a força policial do grupo foi enviada para gerenciar o retorno de palestinos que estavam cruzando a área.
A retirada já era esperada como parte de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Uma fonte de segurança israelense, que pediu anonimato por não estar autorizada a comentar publicamente, confirmou que a presença militar de Israel na região foi reduzida. No entanto, até o momento, não houve um comunicado oficial por parte das forças israelenses sobre essa movimentação.
As imagens capturadas por drones e divulgadas pela agência de notícias Reuters mostram a destruição severa na região após a retirada das tropas israelenses. Desde o início do conflito, o corredor teve um papel crucial, isolando as comunidades no norte da Gaza do sul, onde muitos palestinos buscaram abrigo em meio aos intensos combates.
Agora, com a retirada, milhares de palestinos começaram a retornar às suas casas, muitos dos quais relataram estar em choque ao encontrarem seus lares destruídos e testemunharem os vestígios de violência em suas comunidades.
As forças israelenses haviam ocupado a região durante os primeiros meses do conflito, estabelecendo controle sobre um corredor que se estende cerca de 6,4 km, ligando a fronteira israelense ao Mar Mediterrâneo. Com a operação, comunidades inteiras no norte de Gaza foram severamente afetadas, com grande parte do território se tornando um deserto em decorrência da campanha militar.
Os relatos de retorno incluem testemunhos de pessoas que relataram avistamentos de restos humanos nas áreas anteriormente controladas por Israel. Enquanto alguns optaram por voltar ao sul, outros desesperadamente montaram tendas em locais onde suas casas outrora estiveram.
Desde a implementação do cessar-fogo em 19 de janeiro, forças de segurança e ex-militares americanos foram mobilizados para inspecionar veículos que tentavam passar pelo corredor, evidenciando a preocupação com a segurança na região. A situação nesta manhã de domingo foi marcada por uma longa fila de carros, onde multidões de palestinos se reuniram para retornar ao norte de Gaza simultaneamente à declaração do Hamas sobre a retirada do exército israelense.
O Hamas parece intensificar sua presença pública, utilizando essa estratégia para reafirmar que o grupo não foi derrotado na guerra. O conflito, que teve início após um ataque do Hamas em outubro de 2023, resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, e deixou mais de 250 reféns. Em contrapartida, estima-se que o ataque de retaliação de Israel causou a morte de mais de 46.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, conforme relatado por autoridades de saúde palestinas.
Com o retorno dos palestinos à região e o avanço da presença policial do Hamas, a situação permanece tensa e continua a gerar debates sobre o longo e complicado histórico do conflito israelo-palestino. O cenário continua a evoluir, e observadores internacionais monitoram os desdobramentos com atenção.
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