Em meio a uma nova disputa tarifária, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que não está apressado para conversar com o líder chinês, Xi Jinping. Essa conversa é considerada essencial para buscar uma possível flexibilização ou adiamento das tarifas que impactam o comércio entre as duas potências mundiais.
Recentemente, Trump estabeleceu uma tarifa de 10% sobre todas as importações oriundas da China, o que provocou uma resposta na forma de tarifas específicas por parte da China sobre produtos americanos. Essa manobra fez com que diversas empresas, incluindo o Google, ficassem em alerta para eventuais sanções. “Tudo bem”, afirmou Trump em entrevista na Casa Branca, ao se referir às novas tarifas chinesas.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, uma conversa entre Trump e Xi ainda precisa ser agendada. Ela mencionou: “O presidente Xi entrou em contato com o presidente Trump para discutir isso, possivelmente para iniciar uma negociação. Portanto, veremos como será essa ligação”, declarou Leavitt à emissora Fox Business Network.
A retaliação moderada da China às tarifas americanas sinaliza a intenção de Pequim em envolver Washington em um diálogo para evitar um confronto comercial total. Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa nos EUA, expressou a esperança de que ambas as nações trabalhem juntas para manter relações saudáveis e sustentáveis.
O Fundo Monetário Internacional, que já havia alertado sobre as consequências de políticas protecionistas, enfatizou a importância de abordagens construtivas para resolver desacordos e garantir o fluxo de comércio. “É do interesse de todos encontrar maneiras construtivas de resolver desacordos e permitir o comércio”, disse um porta-voz da instituição.
De acordo com a Capital Economics, uma consultoria econômica britânica, as tarifas adicionais implementadas pela China devem recair sobre cerca de 20 bilhões de dólares em importações anuais, em contraste com os impressionantes 450 bilhões de dólares em produtos chineses que já estão sujeitos às tarifas de Trump, que entraram em vigor às 12h01 da terça-feira, no horário da costa leste dos EUA. Julian Evans-Pritchard, chefe de Economia da China na Capital Economics, afirmou que “as medidas são bastante modestas, pelo menos quando comparadas às ações dos EUA, e foram ajustadas para comunicar uma mensagem a Washington”.
Na segunda-feira anterior, Trump havia suspenso sua proposta de tarifas de 25% sobre o México e Canadá, concordando com um adiamento de 30 dias em troca de certas concessões, especialmente relacionadas à segurança na fronteira e ao combate ao crime. Este tipo de negociação ilustra a abordagem do presidente americano em sua política comercial, que busca um equilíbrio entre pressão tarifária e diálogo diplomático.
O cenário atual entre os dois países coloca ambos os lados em uma posição de vigilância estratégica, enquanto consideram o impacto de suas decisões não apenas nas respectivas economias, mas também na estabilidade do comércio global. Com cada movimento sendo observado de perto, o futuro das relações comerciais entre Estados Unidos e China permanece incerto.
As próximas semanas serão cruciais para determinar se haverá uma aproximação entre as duas maiores economias do mundo ou se a tensão continuará a escalar com novas imposições tarifárias. O impacto disso não se restrições apenas a estes países, mas pode reverberar em todo o sistema econômico internacional. Assim, acompanhar esse desenrolar se torna fundamental para entender os desdobramentos futuros no comércio global.