Fevereiro de 2025 deve continuar a tendência do verão brasileiro, apresentando dias quentes e pancadas de chuva, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Apesar de a chegada do novo mês não alterar significativamente o clima no país, a previsão indica que as chuvas estarão na média ou acima da média na maior parte das regiões Norte e Nordeste, enquanto o Espírito Santo e parte do Rio Grande do Sul podem ter um volume de precipitação menor.
“Como é o segundo mês do período mais chuvoso, tem, realmente, muita chuva, porque essa é a condição principal da estação. E também será muito quente, pois nessa época temos mais incidência de radiação solar, os dias são mais longos que as noites. Consequentemente, os termômetros seguem elevados e com essa condição de mais chuva”, explica Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo.
As temperaturas elevadas em fevereiro têm potencial para gerar ondas de calor. Esse fenômeno é caracterizado por, no mínimo, três dias consecutivos em que as temperaturas permanecem 5ºC ou mais acima da média. No entanto, até o momento, não há previsões de ondas de calor significativas; se ocorrerem, elas provavelmente serão restritas à região Sul do país.
Na região Sul, as chuvas devem ser um pouco acima da média no centro-sul do Paraná e no leste de Santa Catarina. No entanto, o norte do Rio Grande do Sul pode sofrer com precipitação abaixo da média, mas isso não deve causar problemas de abastecimento. De maneira geral, a chuva é esperada dentro da normalidade na maioria dos três Estados.
As temperaturas também permanecem elevadas. O Rio Grande do Sul, que já registrou 42,4ºC em Quaraí no final de janeiro, continuará quente devido à influência de massas de ar quentes que se deslocam do Paraguai.
No Sudeste, a previsão é de que as chuvas fiquem acima da média em áreas de São Paulo, Minas Gerais e partes do Rio de Janeiro, como resultado da formação de canais de umidade. O Espírito Santo, por sua vez, deve registrar volumes de chuva abaixo da média com clima mais seco.
As temperaturas devem se manter normais, mas podem apresentar picos de calor em algumas áreas, especialmente em São Paulo e Minas Gerais.
Os maiores volumes de chuvas são aguardados em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal, mantendo as condições observadas em janeiro. O norte de Mato Grosso do Sul pode ter chuvas acima da média, enquanto o clima deve permanecer mais seco no oeste.
As temperaturas também devem se manter normais durante o mês de fevereiro.
No Nordeste, a precipitação do final de janeiro deve se repetir em fevereiro, exceto na Bahia, sul do Piauí e centro-sul do Maranhão, onde as chuvas podem ficar em níveis normais ou acima da média, devido à migração da Zona de Convergência Intertropical, que favorece a formação das chuvas.
As temperaturas também devem estar dentro da normalidade, podendo haver picos de calor em locais isolados, embora este mês seja normalmente quente.
No Norte, a previsão é de chuvas acima da média no Amazonas, assim como em Roraima, Pará, Amapá e algumas regiões de Rondônia. As temperaturas seguem normais, mas picos de calor podem ocorrer em cidades do Pará.
Com as chuvas elevando a umidade do solo, a produção agrícola no Centro-Oeste e parte do Sudeste deve ser favorecida. Contudo, lavouras em estágio de maturação e colheita podem ser prejudicadas devido às condições climáticas.
No Sul, a primeira safra se beneficia da umidade trazida pelas chuvas, mas regiões no centro-oeste do Rio Grande do Sul e partes de Santa Catarina enfrentam riscos com a falta de precipitação. Além disso, no centro-leste da Bahia, o déficit de chuvas pode prejudicar a umidade do solo.
O fenômeno La Niña, confirmado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), exercerá influência no clima do Brasil em fevereiro. Esse fenômeno está associado a anomalias na temperatura das águas do Oceano Pacífico e pode potencializar a formação de canais de umidade entre as regiões Norte e Sudeste, além de aumentar a frequência de frentes frias.