Raphael Alves Mendonça era membro da Assessoria Militar do gabinete do prefeito desde julho de 2024. Ele é investigado pela Corregedoria da PM por ser supostamente informante do PCC dentro da corporação.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), exonerou na quarta-feira (29) o policial militar Raphael Alves Mendonça, membro da Assessoria Militar do Gabinete do prefeito e responsável por cuidar da segurança o mandatário da cidade e sua família.
O capitão da Rota é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar por ser supostamente informante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro da corporação.
Ele fazia parte da segurança pessoal do prefeito desde julho de 2024, quando tinha ganhado inclusive aumento por meio de gratificação.
Segundo publicação no Diário Oficial da cidade desta quinta-feira (30), o prefeito revogou o ato que nomeou Mendonça parte da sua equipe de segurança pessoal, cancelando também a gratificação que ele ganhava por ocupar o posto.
Antes de fazer parte da equipe do prefeito, Mendonça atuou como chefe da Agência de Inteligência da Rota. Ele também integrou a equipe de segurança da cúpula do Ministério Público, participando da escolta do procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
Caso Vinícius Gritzbach
Fantástico mostra em detalhes como a polícia identificou 2 assassinos do delator do PCC.
No total, desde o início do ano a Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo já prendeu 15 policiais suspeitos de envolvimento na morte do empresário Vinícius Gritzbach, delator do PCC. Gritzbach foi morto em novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Um dos presos, o PM da ativa Denis Antonio Martins, é apontado como a pessoa que fez os disparos contra Gritzbach. Além de Denis, os outros 14 presos eram do núcleo de segurança pessoal do delator e faziam a escolta privada dele.
A investigação da Corregedoria contra esses policiais começou após a chegada de uma denúncia anônima, em março de 2024, sobre vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção. O objetivo era evitar prisões e prejuízos financeiros do grupo criminoso.
Segundo a Corregedoria, informações estratégicas eram vazadas e vendidas por policiais militares da ativa e da reserva. Um dos beneficiados era Gritzbach, que usava PMs em sua escolta privada, caracterizando a integração de agentes à organização criminosa.
Esse inquérito inicial de vazamento de informações é justamente o que levou a Corregedoria ao capitão da Rota Raphael Alves Mendonça, exonerado do cargo na Prefeitura de São Paulo.