Nas redes sociais, a Casa Branca vem reforçando a campanha do governo contra os imigrantes ilegais, exibindo os resultados das operações e identificando alguns dos presos e seus crimes.
As deportações em massa realizadas pela Agência de Imigração e Fronteiras dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) desde o começo do governo Donald Trump estão causando temor entre estrangeiros por todo o país. No entanto, segundo Tom Homan, o 'czar da fronteira' do presidente, as operações estão só no começo.
Em entrevista ao programa "Jesse Watters Primetime", ele fez um balanço da primeira semana de seu trabalho, disse que não está satisfeito ainda com a velocidade das deportações e afirmou: "É um grande começo, mas não terminamos. Precisamos de mais deportações, muitas mais. E estamos trabalhando nisso".
Homan também criticou as chamadas 'cidades santuário' e citou locais onde o governo estaria enfrentando problemas com autoridades para agir contra os imigrantes: Los Angeles, Denver, San Diego, Chicago - onde uma grande operação ocorreu no domingo (26) - e Nova York, onde prisões foram feitas nesta segunda.
"Se não quer nos ajudar, só saia do nosso caminho e nós fazemos. Não impeça nossa operação porque isso é um crime e haverá consequências, com certeza. Nós estamos protegendo nossas comunidades, salvando crianças, garantindo a segurança da nossa fronteira. Estamos salvando a América e não vamos parar", ameaçou.
As declarações de Homan foram repostadas no perfil oficial da Casa Branca no X, que vem reforçando a campanha do governo contra os imigrantes ilegais, exibindo os resultados das operações e identificando alguns dos presos e seus crimes.
Nesta terça, por exemplo, o governo revelou que 969 foram presos apenas na segunda-feira (27) e, com o slogan "Make America Safe Again - "Faça a América segura de novo" em português -, exibiu a identidade de alguns deles, como um homem de El Salvador condenado por assassinato, um peruano acusado de assédio sexual e abuso de menores e um mexicano que seria um molestador de crianças.
Segundo balanço, só na primeira semana de governo, os agentes da ICE já detiveram quase 5 mil imigrantes ilegais.
"Estrangeiro criminoso com acusações de sequestro, agressão e roubo está agora sob custódia, graças ao ICE. Canalhas como este continuarão sendo removidos de nossas ruas. (...) Estamos fazendo exatamente o que o presidente Trump prometeu ao povo americano — tornar nossas ruas seguras", afirmou a secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA em publicação no X ao compartilhar um vídeo da prisão de um imigrante em Nova York.
A ICE define essas ações como "operações direcionadas de aplicação da lei", em que são aplicadas "prisões planejadas de estrangeiros imigrantes ilegais criminosos conhecidos e que representam uma ameaça à segurança nacional ou à segurança pública".
De acordo com a ICE, as operações são realizadas em cooperação com agências federais como o FBI, o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF), a agência antinarcóticos (DEA), o escritório local da ICE e o Serviço de Delegados dos EUA.
O prefeito de Newark acusou o governo de prender civis americanos, entre eles um veterano de guerra. Já em Chicago, famoso reduto democrata e com grande comunidade imigrante, os agentes do ICE foram de porta em porta para prender esses imigrantes.
O governo Trump estabeleceu uma meta de prisões diárias aos agentes da Imigração e Alfândega dos EUA, segundo o jornal norte-americano "The Washington Post". Após decepção de Trump com os primeiros resultados, os agentes da agência foram cobrados para prender entre 1.200 e 1.500 imigrantes por dia.
Um avião com 88 brasileiros deportados pousou em Manaus na última sexta-feira (24). Os repatriados estavam ilegais nos EUA e foram expulsos pelo governo Trump.
No entanto, o Itamaraty afirmou que cobrará explicações ao governo dos EUA por conta da situação dos brasileiros ao chegarem no Brasil, algemados nas mãos e nos pés. Os brasileiros relataram agressões e humilhações durante o voo.
Brasileiros ilegais que estão nos EUA relataram ao g1 um clima generalizado de aflição e alerta na comunidade brasileira diante das deportações em massa no país.