O presidente palestino Mahmoud Abbas nomeou Hussein al Sheikh como vice da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) neste sábado, 26 de abril, em Ramallah. Esta é a primeira vez em duas décadas que é formalizada a designação de um sucessor, uma decisão que visa fortalecer a estrutura de poder palestina diante de pressões tanto internas quanto externas. Aos 89 anos, Abbas enfrenta crescentes questionamentos sobre sua saúde e a longevidade de sua liderança.
A OLP, criada em 1964 como o principal representante político dos palestinos, nunca teve um vice-presidente formal antes da nomeação de al Sheikh. Hussein al Sheikh, de 63 anos, é uma figura distinta, já tendo ocupado posições importantes como ministro na Autoridade Palestina e negociador-chefe com Israel. Os analistas veem a sua nomeação como uma tentativa de Abbas de garantir a continuidade de sua agenda política diante de um cenário de incerteza, especialmente após a Guerra de Gaza em 2023 e o enfraquecimento do Fatah frente ao Hamas.
Hussein al Sheikh se destaca como um dos principais arquitetos das relações da Palestina com Israel e outras potências regionais. Entre suas atividades, estão:
A nomeação de al Sheikh provocou reações diversas no cenário político:
Além disso, especialistas alertam sobre o risco de fragmentação, já que grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica desafiam a autoridade da OLP na região de Gaza. Esta movimentação acontece a poucos dias da assembleia geral do Conselho Nacional Palestino, agendada para maio.
Ainda que a formalização do papel de vice-presidente represente um avanço, Hussein al Sheikh enfrenta grandes desafios para a unificação das facções palestinas. Entre os obstáculos estão:
Fontes próximas a Abbas indicam que ele pretende manter al Sheikh como "número dois operacional", ao mesmo tempo em que reserva cargos mais simbólicos para outras figuras como Mahmoud al-Aloul e Mohammed Shtayyeh.
É um momento de transição importante para os palestinos, que observam atentamente as novas diretrizes e possíveis reorientações no cenário político, sob a liderança de Hussein al Sheikh e a supervisão contínua de Mahmoud Abbas.