A ferramenta de inteligência artificial (IA) chamada Cluely está chamando atenção ao oferecer assistência em tempo real em contextos como provas e entrevistas. Criada por Chungin "Roy" Lee, ex-aluno da Universidade Columbia, a startup já levantou surpreendentes US$ 5,3 milhões de investidores e está disponível por US$ 20 por mês. A proposta ousada de ajudar a "trapacear" suscita não apenas interesse, mas também debates éticos.
Cluely opera de forma discreta em uma janela oculta do navegador, permitindo que o usuário receba respostas sem que os demais participantes da conversa percebam. Essa tecnologia promete fornecer suporte durante exames, chamadas de vendas e entrevistas, gerando a possibilidade de "passar" em avaliações sem que ninguém saiba que a assistência está sendo usada.
A trajetória de Cluely não é isenta de controvérsias. Lee, que havia sido suspenso da universidade por desenvolver uma ferramenta anterior, a Interview Coder, focada em entrevistas técnicas, não se deixou abalar. Juntamente com seu co-fundador, ele ampliou a visão original para incluir uma gama de interações sociais e profissionais.
O lançamento de Cluely trouxe à tona discussões acaloradas sobre a ética no uso de tais ferramentas. Há quem defenda que a tecnologia é equiparável ao uso de calculadoras ou corretores ortográficos, enquanto outros a veem como uma facilitação da desonestidade. Essas comparações levantam questões sérias sobre a integridade acadêmica e profissional.
Ainda assim, a Cluely atraiu o interesse de investidores notáveis, como Abstract Ventures e Susa Ventures, atestando a viabilidade e a demanda por soluções que utilizam inteligência artificial. O vídeo de lançamento da startup, onde Lee simula conhecimento em arte durante um encontro, despertou comparações a episódios da série *Black Mirror*, acentuando a discussão sobre sua utilização.
Oferecida por um valor acessível de US$ 20 mensais, a Cluely não só enfatiza o potencial das aplicações de IA, mas também levanta sérias preocupações sobre as implicações de seu uso em ambientes que deveriam valorizar a honestidade. À medida que a tecnologia avança, o debate sobre ética em inovações desse tipo continuará a crescer entre especialistas e o público geral.