A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou, em uma manifestação recente, que ocorra uma audiência de conciliação entre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Gustavo Gayer. A recomendação foi feita em 25 de abril de 2025, no contexto de um processo por injúria e difamação que Gleisi moveu contra Gayer, após o parlamentar fazer declarações controversas sobre ela nas redes sociais.
As tensões entre Gleisi e Gayer aumentaram quando o deputado publicou em suas redes sociais comentários questionando se o líder da bancada petista, Lindbergh Farias, aceitaria as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que este "oferecia" Gleisi aos presidentes do Congresso Nacional. Essa declaração foi interpretada como ofensiva, levando Gleisi a processar Gayer por injúria e difamação.
A crítica de Gleisi à sugestão da PGR foi contundente. Em suas declarações, ela afirmou que não há espaço para conciliação, ressaltando a gravidade dos ataques misóginos e machistas que tanto ela quanto sua família enfrentaram. A ministra rejeitou a ideia de qualquer tipo de acordo que possa minimizar o impacto da situação.
A recomendação da PGR para a tentativa de conciliação é fundamentada no artigo 520 do Código de Processo Penal, que determina a possibilidade de reconciliação no âmbito de crimes contra a honra antes do recebimento da queixa. A manifestação da PGR foi oficialmente apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o caso atualmente está sendo processado, indicando que a decisão final dependerá das instâncias superiores da Justiça.
O andamento desse caso pode ter repercussões significativas no cenário político brasileiro, especialmente considerando a notoriedade de Gleisi Hoffmann como figura central do Partido dos Trabalhadores e a importância do discurso político em tempos de polarização. O desfecho da audiência de conciliação, caso ocorra, poderá influenciar diretamente não apenas os envolvidos, mas também o ambiente político mais amplo.