Deputados do Partido Liberal (PL) iniciaram um movimento de greve de fome e obstrução dos trabalhos na Câmara dos Deputados, em Brasília, como forma de pressionar o presidente da casa, Hugo Motta, a pautar o projeto de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. Os parlamentares buscam intensificar essa ação nas próximas semanas, utilizando também críticas públicas para reforçar sua posição.
A decisão de Motta de não colocar em pauta a proposta de anistia provocou uma resposta vigorosa dos deputados do PL, liderados por Sóstenes Cavalcante. O partido considera a anistia uma questão de grande importância e busca, através de diversas medidas, pressionar o presidente a levar o assunto ao plenário. A narrativa do PL é de que os envolvidos estão sendo tratados de maneira injusta, o que sustentam como um argumento forte em sua ação.
Entre as táticas que o PL pretende utilizar está a realização da greve de fome, uma estratégia que já foi utilizada anteriormente, como fez o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que o fez para evitar sua própria cassação. Além disso, os deputados do PL também planejam obstruir as votações e aumentar as objeções públicas ao presidente da Câmara, algo que antes estava em segundo plano.
Hugo Motta conta com o apoio da maioria dos líderes da Câmara, o que aumenta a resistência a qualquer movimentação em direção à proposta de anistia. Sóstenes Cavalcante, em resposta a essa resistência, indicou que o PL possui "várias doses de remédio" para lidar com a situação, insinuando que a pressão se intensificará proporcionalmente à resistência encontrada. Ademais, o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestou contra a proposta, adicionando uma camada extra de complexidade ao debate.
A postura de Motta e a resistência à proposta de anistia podem levar a um isolamento do PL na Câmara, além de potencialmente impactar a governabilidade do governo Lula. Este governo, até o momento, tem evitado represálias ao União, partido que controla uma pasta significativa. A fragmentação na Esplanada dos Ministérios também é um ponto a ser considerado, já que mais de 40 dos 59 deputados do PL estão a favor da urgência na votação da anistia.