Uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) desarticulou um esquema milionário que desviou até R$ 6,3 bilhões de benefícios do INSS entre 2019 e 2024. A ação coordenada ocorreu no dia 23 de abril e envolveu ações em 13 estados e no Distrito Federal, resultando em 211 buscas, cinco prisões e o afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Investigações indicam que 11 entidades associativas foram envolvidas em práticas fraudulentas, realizando descontos ilegais nos pagamentos de aposentados e pensionistas. Entre as instituições citadas estão a Ambec, Sindnapi/FS e AAPB, que ofereciam serviços como descontos em planos de saúde, porém sem a devida capacidade de entrega.
Além disso, em 72% dos casos analisados, as entidades nem apresentaram documentação válida ao INSS para justificar os descontos feitos. A fraude se manifestava principalmente em duas práticas:
Além das entidades mencionadas anteriormente, a lista de organizações investigadas inclui a Conafer, Unaspub e ABCB/Amar Brasil. O esquema resultou no afastamento de cinco servidores públicos, todos suspeitos de participação ativa nas irregularidades. As prisões foram concentradas em Sergipe, onde foram apreendidos veículos de luxo, joias e aproximadamente R$ 1,2 milhão em dinheiro.
A CGU revelou que 97% dos 1.273 beneficiários entrevistados não autorizaram os descontos em seus benefícios. Para verificar se você foi vítima desse esquema, siga estas orientações:
Os especialistas recomendam as seguintes medidas de proteção:
A CGU enfatiza que novas fases da operação devem ocorrer nas próximas semanas, visando a recuperação dos valores desviados. O INSS, por sua vez, está intensificando a auditoria interna para evitar a ocorrência de novos golpes.
A situação expõe falhas sistêmicas na fiscalização de funcionários terceirizados pelo INSS, conforme apontado pela PF. O ministro da Justiça, Lewandowski, declarou que o esquema "explorava a vulnerabilidade de idosos e de pessoas com deficiência". Especialistas sugerem uma maior integração entre o INSS e as instituições bancárias para monitorar transações suspeitas de forma mais eficaz.
Atualização em 24/04/2025 – O valor total desviado pode aumentar conforme as análises sobre contratos irregulares continuam em andamento.