No dia 1º de janeiro de 2025, o Papa Francisco apresentou sua mensagem para a 58ª Jornada Mundial da Paz, intitulada “Perdoa nossas ofensas, concede-nos a tua paz”. Esse discurso reflete uma mudança significativa na sua trajetória como líder da Igreja Católica, desde seu primeiro pronunciamento, que o popularizou como o "Papa do fim do mundo", até este apelo recente por paz e reconciliação global.
Quando Jorge Mario Bergoglio foi eleito em 2013, o título de "Papa do fim do mundo" ressoava em um contexto global repleto de crises. Seu discurso inaugural foi cheio de urgência e humildade, ressaltando a necessidade de conversão e atenção às situações dos marginalizados. Francisco se afirmou como um pastor próximo ao povo, pronto para enfrentar os desafios contemporâneos.
No último discurso, Francisco se volta para toda a humanidade, em especial aqueles que se sentem oprimidos e sem esperança. A mensagem enfatiza que 2025 será um Ano Jubilar, um período de graça. O Papa destaca que a paz verdadeira vai além de acordos políticos, devendo emergir de um coração aberto ao perdão e ao altruísmo.
A comparação entre seu primeiro discurso e o atual revela uma ampliação do foco. Enquanto anteriormente ele falava de conversão pessoal, agora o apelo é à paz universal, ancorado na misericórdia e na fraternidade. Francisco sugere três caminhos para alcançar a paz: escutar os clamores da humanidade, reconhecer nossa interdependência e caminhar esperançosamente, valorando cada indivíduo.
O tom do primeiro discurso refletia um chamado à ação urgente, enquanto a mensagem de 2025 convida à esperança. Ela reconhece as adversidades, mas promove a ideia de transformação por meio do amor fraterno. O uso de linguagem inclusiva busca atingir não apenas os católicos, mas toda a humanidade, especialmente os mais vulneráveis.
A trajetória do Papa, do "fim do mundo" a defensor da paz, é marcada por um compromisso com a justiça social e a fraternidade. Seu último apelo reforça que a verdadeira mudança inicia no coração humano, onde perdão e disposição para o diálogo são fundamentais. Em um mundo cheio de conflitos, a mensagem de Francisco é um convite à reflexão e à ação.