Um surto de norovírus afetou mais de 240 pessoas a bordo do cruzeiro Queen Mary 2, levantando novas preocupações sobre a incidência de infecções em embarcações de turismo. Durante uma viagem de 29 dias que começou em 8 de março de 2025, partindo de Southampton, Inglaterra, e passando por Nova York até ilhas do Caribe, 224 passageiros e 17 tripulantes apresentaram sintomas graves como vômitos e diarreia. O caso foi reportado ao Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) em 18 de março.
A contaminação por norovírus, conhecido como o "vírus da barriga" ou "gripe estomacal", é altamente contagiosa e já resultou em 12 surtos em navios de cruzeiro apenas em 2025, conforme dados do CDC. O contágio ocorre através do contato com pessoas infectadas, ingestão de alimentos contaminados e superfícies. Fatores como a diminuição da equipe nos cruzeiros, após demissões motivadas por cortes de custos em função da pandemia, podem comprometer os protocolos de higiene. Essa redução aumenta os riscos de surtos frequentes e severos devido à insuficiência em procedimentos de limpeza.
Especialistas sinalizam que a diminuição da equipe, especialmente nas áreas de limpeza e saúde, pode facilitar a propagação do norovírus. A higienização é crucial em ambientes como cruzeiros, onde a proximidade entre passageiros é alta. Com menos funcionários, existe a possibilidade de a limpeza não ser realizada com a exigência necessária, o que aumenta a contaminação e o risco de surtos.
Os sintomas do norovírus incluem vômitos, diarreia, dores abdominais, febre e desidratação, sendo particularmente graves entre crianças, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. A prevenção exige medidas rigorosas como:
Nos cruzeiros, a eficácia dessas medidas depende da equipe disponível. A pressão econômica que as companhias estão enfrentando pode dificultar a implementação de estratégias necessárias para garantir a segurança a bordo.
As autoridades, em especial o CDC, estão monitorando a situação e sugerindo a adoção de protocolos de limpeza e isolamento mais rigorosos. No entanto, o desafio de equilibrar as operações financeiras com a saúde pública representa um obstáculo significativo. Passageiros são aconselhados a seguir rigorosamente as orientações de higiene e a relatar qualquer sintoma que possa indicar a infecção.
Por fim, o recente surto no Queen Mary 2 destaca a necessidade urgente de fortalecer políticas de saúde pública e práticas de gestão eficazes nos cruzeiros, para a proteção da saúde dos viajantes e a prevenção da disseminação de doenças contagiosas como o norovírus.